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• Original Title:
• Translated Title: MCC CEA 708 Closed Captions
• Translator: No Author
• Language: English
• Subtitles: 426
• Words: 3113
• Comment:
• Client:
• Creation Date: 15. Aug. 2018
• Revision:
• Revision Date: 15. Aug. 2018
• Media File: No Media
• Format: 29.97 NTSC DF
• Offset: 00:00:00:00
[00:00:26;17]
?
[00:00:29;29]
[00:01:12;04]
A natureza é o contexto
no qual a escultura se origina,
[00:01:16;07]
[00:01:16;13]
para Penone.
[00:01:17;12]
[00:01:29;07]
A árvore não é uma
matéria sólida, ela é fluída.
[00:01:34;24]
[00:01:46;24]
A partir de 1968,
[00:01:49;04]
[00:01:49;14]
realizei uma série de trabalhos
[00:01:52;02]
[00:01:52;09]
intitulados "Alpes Marítimos".
[00:01:54;09]
[00:01:54;17]
Eram trabalhos baseados
na compreensão
[00:01:59;04]
[00:01:59;13]
da matéria e dos fenômenos
que me rodeavam,
[00:02:04;23]
[00:02:05;03]
como a chuva e o sol.
[00:02:11;01]
[00:02:11;25]
O trabalho
[00:02:13;22]
[00:02:14;04]
"Pedra, corda, árvore, sol,
pedra, corda, árvore, chuva"
[00:02:18;19]
[00:02:18;29]
foi baseado
em um princípio muito simples:
[00:02:21;29]
[00:02:22;06]
quando uma corda se molha,
[00:02:24;29]
[00:02:25;05]
ela encolhe,
[00:02:26;10]
[00:02:26;20]
então adquire a capacidade
de levantar uma pedra.
[00:02:30;01]
[00:02:45;13]
?
[00:02:47;03]
[00:03:00;04]
Outro trabalho que fiz,
naquele período,
[00:03:03;09]
[00:03:03;16]
foi com a dimensão
do meu corpo
[00:03:07;06]
[00:03:07;16]
submerso em um curso d'água,
em um riacho.
[00:03:13;10]
[00:03:14;19]
Está aqui.
[00:03:16;10]
[00:03:16;20]
A altura do artista
e a largura dos braços dele,
[00:03:20;21]
[00:03:20;27]
o corpo como medida
[00:03:22;18]
[00:03:22;26]
determina um formato
que depois é adaptado
[00:03:27;06]
[00:03:27;13]
e colocado no curso do rio que,
[00:03:30;16]
[00:03:30;26]
percorrendo esse espaço,
fica continuamente enquadrado.
[00:03:34;18]
[00:03:40;26]
É uma estrutura
aparentemente minimalista,
[00:03:45;06]
[00:03:45;14]
correspondente a uma
medida antropomórfica,
[00:03:50;05]
[00:03:50;14]
no sentido de uma
medida real de antropometria,
[00:03:53;14]
[00:03:53;22]
a ideia do corpo
como medida do mundo.
[00:03:56;19]
[00:04:00;27]
E partindo desse pressuposto,
[00:04:02;14]
[00:04:02;23]
decidi fazer o oposto
do que se faz com a escultura,
[00:04:08;06]
[00:04:08;17]
que seria imprimir, por exemplo,
o gesto de uma mão no barro.
[00:04:13;02]
[00:04:14;27]
Eu fossilizei a mão,
[00:04:19;25]
[00:04:20;17]
com metal e coloquei
perto de uma árvore.
[00:04:25;19]
[00:04:26;00]
E a árvore, na medida em que
crescia, foi criando um inverso
[00:04:32;16]
[00:04:32;25]
e se transformando
na parte ativa da escultura.
[00:04:36;07]
[00:04:37;15]
?
[00:04:40;27]
[00:06:25;15]
[Narradora]
Sinto a respiração da
floresta.
[00:06:28;07]
[00:06:29;02]
Ouço o crescimento lento
e inexorável da madeira.
[00:06:33;00]
[00:06:33;21]
Modelo minha respiração
na respiração do vegetal.
[00:06:37;28]
[00:06:39;09]
Observo o escorrer da árvore
ao redor da minha mão,
[00:06:42;17]
[00:06:42;24]
apoiada no seu tronco.
[00:06:45;12]
[00:06:45;23]
A mudança de relação dos
tempos
tornam fluido o sólido
[00:06:50;02]
[00:06:50;09]
e o sólido fluido.
[00:06:53;09]
[00:07:29;09]
Essa árvore foi uma cortesia.
[00:07:32;18]
[00:07:37;12]
É um cedro
[00:07:39;15]
[00:07:41;23]
que foi derrubado
por uma tempestade,
[00:07:46;23]
[00:07:47;04]
no jardim
do Palácio de Versalhes.
[00:07:51;02]
[00:07:51;14]
Consegui um desses troncos
grandes que estavam caídos.
[00:07:56;09]
[00:07:56;29]
Depois fui trabalhando e
descobrindo a forma da árvore,
[00:08:01;04]
[00:08:01;11]
o ano do seu crescimento,
[00:08:04;23]
[00:08:05;15]
que seria entre 1820 e 1830...
[00:08:10;07]
[00:08:10;17]
dessa árvore que está no meio.
[00:08:13;06]
[00:08:19;13]
Então, refletindo
sobre essa escultura
[00:08:24;22]
[00:08:25;00]
com uma forma pré-existente,
[00:08:28;29]
[00:08:29;20]
a tarefa de um escultor
é revelá-la,
[00:08:32;16]
[00:08:32;24]
não é inventar uma forma,
[00:08:35;02]
[00:08:35;11]
mas indicar as formas
que existem na realidade.
[00:08:39;09]
[00:08:42;00]
Isso aqui é, na verdade,
um nó,
[00:08:45;06]
[00:08:45;14]
um sedimento de um galho.
[00:08:49;00]
[00:08:49;12]
Partindo desse ponto
e seguindo a anel de crescimento
[00:08:57;26]
[00:08:58;02]
o galho aparece.
[00:09:00;04]
[00:09:00;16]
A primeira obra que fiz desse
tipo foi no fim dos anos 60...
[00:09:04;13]
[00:09:04;23]
no fim dos anos 60, em 69.
[00:09:07;27]
[00:09:11;07]
Encontrei, dentro de um tronco,
[00:09:14;24]
[00:09:15;01]
a forma da árvore
que eu havia criado.
[00:09:17;14]
[00:09:18;14]
?
[00:09:22;19]
[00:09:51;25]
Penone transfere a escultura de
um âmbito espacial, ou seja,
[00:09:57;15]
[00:09:57;24]
de estrutura que se formou
no interior,
[00:10:00;04]
[00:10:00;11]
para uma dimensão temporal.
[00:10:02;29]
[00:10:03;10]
A escultura não é produzida
em um tempo estático de arte,
[00:10:08;03]
[00:10:08;10]
que dá uma forma
completa a um objeto.
[00:10:11;09]
[00:10:11;20]
A escultura é um processo
de constante proliferação,
[00:10:14;23]
[00:10:15;04]
onde a natureza retorna como
um agente de continuidade.
[00:10:20;18]
[00:10:23;02]
?
[00:10:28;21]
[00:11:14;25]
?
[00:11:18;12]
[00:11:53;01]
Essa obra consiste na ideia
de que
[00:11:55;17]
[00:11:55;25]
existe uma comunidade
de árvores que rodeiam e
[00:11:59;27]
[00:12:00;05]
levantam essa árvore
central de bronze.
[00:12:04;25]
[00:12:05;02]
Quando essas árvores crescem,
[00:12:07;18]
[00:12:07;25]
formam uma
estrutura arquitetônica.
[00:12:11;20]
[00:12:38;03]
Isso era uma indicação de como,
provavelmente, seria.
[00:12:45;14]
[00:12:45;27]
Como o tubo de ferro
sustenta a árvore,
[00:12:50;20]
[00:12:51;01]
com o tempo, a árvore
cresce e envolve o tubo.
[00:12:55;01]
[00:12:55;09]
Então, se cria uma fenda
que lembra a ideia de
[00:12:59;12]
[00:12:59;23]
levantamento da árvore de
bronze, em direção ao céu.
[00:13:04;21]
[00:13:05;02]
A ideia é essa: que a
árvore envolva a estrutura.
[00:13:10;27]
[00:13:17;13]
"Elevazione" do Penone
[00:13:20;06]
[00:13:20;15]
foi uma
obra muito instigante também,
[00:13:23;06]
[00:13:23;15]
porque ela conseguiu sintetizar
o encontro de dois...
[00:13:29;09]
[00:13:29;16]
duas tipologias de acervo
[00:13:31;13]
[00:13:31;20]
em um único objeto artístico.
[00:13:34;01]
[00:13:34;13]
A escolha das espécies botânicas
partiu de uma seleção preliminar
[00:13:42;25]
[00:13:43;09]
de possíveis árvores nativas
que crescessem de modo
mais vertical e que tivessem
[00:13:48;09]
[00:13:48;17]
conformação mais cônica de copa,
[00:13:53;01]
[00:13:53;09]
de forma que isso,
quando as diversas,
os diversos indivíduos
[00:13:59;11]
[00:13:59;20]
no entorno da árvore de bronze,
eles se juntassem
[00:14:02;08]
[00:14:02;15]
formando uma única copa,
[00:14:04;21]
[00:14:05;01]
isso fosse já uma
característica da arquitetura
daquelas espécies.
[00:14:09;04]
[00:14:15;28]
Pelo fato de ser
uma planta nativa,
[00:14:17;13]
[00:14:17;21]
pelo fato de ser
uma planta resistente
e de ter uma arquitetura
[00:14:22;05]
[00:14:22;13]
com formatos que ele buscava,
[00:14:25;12]
[00:14:25;22]
ele escolheu o Gravitar
que está hoje compondo a obra,
[00:14:31;11]
[00:14:31;18]
que é parte da obra,
e que vai permanecer lá
[00:14:34;21]
[00:14:34;28]
por muitos e muitos anos ainda.
[00:14:37;26]
[00:14:38;02]
?
[00:14:41;22]
[00:15:15;06]
Na fusão em bronze,
se usa a força da gravidade
[00:15:19;23]
[00:15:20;03]
para fazer o metal entrar,
[00:15:24;16]
[00:15:24;23]
que se funde
no interior do molde.
[00:15:27;07]
[00:15:27;16]
Para fazer correr o bronze
por toda a parte,
[00:15:31;02]
[00:15:31;10]
se criou uma estrutura
semelhante ao formato
[00:15:35;00]
[00:15:35;08]
das árvores,
ao formato da vegetação.
[00:15:38;14]
[00:15:39;24]
O molde foi feito
a partir de uma árvore real,
[00:15:42;27]
[00:15:43;03]
de um carvalho morto
[00:15:45;02]
[00:15:45;10]
e ele foi moldado primeiro
em gesso,
[00:15:48;22]
[00:15:48;29]
e depois foi moldado em bronze.
[00:15:52;02]
[00:15:52;16]
É uma árvore que tem também
um pouco de história
[00:15:55;04]
[00:15:55;14]
daquilo que representa
o local de origem dele,
[00:15:59;26]
[00:16:00;06]
mas que aqui ela está,
mesmo fora deste contexto,
[00:16:04;17]
[00:16:04;25]
ela carrega ainda
essa história,
[00:16:08;21]
[00:16:08;29]
que é um complementaridade.
[00:16:10;21]
[00:16:18;21]
?
[00:16:21;00]
[00:16:26;23]
Aqui, eu escrevi:
[00:16:29;24]
[00:16:30;10]
o peso da árvore de bronze foi
levantado pela força da luz.
[00:16:35;06]
[00:16:37;16]
Esses são os exemplos
de como a árvore,
[00:16:40;23]
[00:16:41;01]
com o passar do tempo,
pode englobar
[00:16:45;06]
[00:16:46;13]
os elementos de bronze.
[00:16:48;02]
[00:16:48;11]
A parte vermelha é a
árvore de bronze, vista do alto,
[00:16:52;19]
[00:16:53;06]
e essas são as árvores
colocadas lateralmente
[00:16:56;20]
[00:16:57;05]
que irão crescer e envolver
[00:17:00;28]
[00:17:02;04]
a estrutura metálica
de sustentação
[00:17:06;09]
[00:17:06;17]
e parte da raiz
da árvore de elevação.
[00:17:10;13]
[00:17:16;14]
A força da luz que
faz crescer os vegetais
[00:17:21;13]
[00:17:21;21]
é uma energia que
levanta um peso enorme,
[00:17:27;17]
[00:17:27;25]
que levanta o peso da árvore,
[00:17:31;04]
[00:17:31;10]
o peso das folhas.
[00:17:32;29]
[00:17:35;19]
A luz permite que o vegetal
supere a força da gravidade.
[00:17:40;29]
[00:17:41;06]
Então, se pode ver
a força da gravidade
[00:17:43;14]
[00:17:43;21]
como o inverso da força vital,
[00:17:46;20]
[00:17:46;28]
dando a ideia
da horizontalidade,
[00:17:49;08]
[00:17:49;14]
a ideia da morte.
[00:17:51;18]
[00:17:52;17]
?
[00:17:55;20]
[00:17:57;26]
?
[00:18:01;29]
[00:18:18;24]
?
[00:18:24;04]
[00:18:43;09]
?
[00:18:46;13]
[00:19:32;07]
Uma árvore é uma forma de vida
[00:19:35;05]
[00:19:35;13]
que se desenvolve contrariando
a força da gravidade.
[00:19:39;26]
[00:19:40;16]
A força vital da matéria
[00:19:44;29]
[00:19:47;23]
que impulsiona a árvore
verticalmente é a luz.
[00:19:52;29]
[00:19:53;15]
Há outra coisa
que eu gostaria de dizer
[00:19:55;20]
[00:19:55;28]
relacionada à ideia da árvore.
[00:19:58;05]
[00:19:58;17]
É que a árvore é uma estrutura
que se constrói com o tempo,
[00:20:02;23]
[00:20:03;06]
com a lógica
da sua própria vida,
[00:20:08;24]
[00:20:09;03]
da sua própria sobrevivência,
da sua existência.
[00:20:12;06]
[00:20:12;18]
Então, é uma forma, um ser,
[00:20:18;10]
[00:20:18;19]
que memoriza, na sua fórmula,
a sua existência.
[00:20:22;11]
[00:20:23;00]
É como se um escultor
conseguisse fazer uma escultura
[00:20:27;03]
[00:20:27;11]
que servisse para
as necessidades da vida dele.
[00:20:30;18]
[00:20:30;28]
É uma escultura perfeita
sob esse ponto de vista.
[00:20:34;10]
[00:20:34;18]
Isso tudo explica meu
interessa pelas árvores.
[00:20:37;19]
[00:20:38;14]
A árvore cresce paralelamente,
concentricamente.
[00:20:40;24]
[00:20:41;00]
Como se tivesse um anel
[00:20:43;01]
[00:20:43;08]
que cresce em torno
da árvore de bronze.
[00:20:45;24]
[00:20:46;06]
Portanto, o interior
desse espaço
[00:20:48;24]
[00:20:49;02]
é com se fosse
a alma da árvore.
[00:20:52;18]
[00:21:24;29]
?
[00:21:27;09]
[00:22:17;06]
No Jardim de Venaria,
[00:22:19;05]
[00:22:19;16]
a arte foi introduzindo um
elemento quase anárquico,
[00:22:26;00]
[00:22:26;11]
de autorregulação temporária,
[00:22:29;22]
[00:22:30;00]
com a pretensão
de não ser previsível.
[00:22:32;21]
[00:22:33;00]
de acordo com o modo
habitual do observar humano,
[00:22:40;12]
[00:22:40;19]
harmonioso ao pensar
em uma paisagem
[00:22:43;14]
[00:22:43;25]
como uma dimensão confortável
sob uma perspectiva humana.
[00:22:47;25]
[00:22:48;09]
A ideia foi introduzir
no meio de um jardim,
[00:22:51;13]
[00:22:51;21]
desenhado com
formas geométricas,
[00:22:53;18]
[00:22:53;26]
onde a natureza é geometrizada,
[00:22:55;27]
[00:22:56;04]
já que é um
jardim "a la francesa".
[00:22:57;27]
[00:22:58;08]
A ideia foi introduzir uma
lógica do crescimento vegetal.
[00:23:03;01]
[00:23:03;08]
Todas as minhas obras
que estão naquele lugar,
[00:23:06;29]
[00:23:07;06]
foram feitas com os
elementos do jardim,
[00:23:11;02]
[00:23:11;12]
ou seja: a vegetação,
a pedra, a água.
[00:23:15;03]
[00:23:18;00]
Não existe um contraste,
[00:23:19;13]
[00:23:19;21]
não é uma obra baseada
na ideia de contrastes,
[00:23:22;07]
[00:23:22;18]
ou de introduzir uma forma
espetacular no meio de um local.
[00:23:26;20]
[00:23:27;09]
O que se converte
em espetacular
[00:23:29;15]
[00:23:29;23]
é a nossa imaginação que cria.
[00:23:33;27]
[00:23:35;01]
?
[00:23:37;27]
[00:23:54;17]
Em todas as formas de linguagem,
[00:23:57;04]
[00:23:57;11]
temos indicações de
que há sedimentação
[00:24:00;13]
[00:24:00;20]
do interior da pedra,
como as veias.
[00:24:03;04]
[00:24:03;13]
Se fala das veias de mineração,
das veias de metais.
[00:24:09;13]
[00:24:09;20]
Essa associação sempre
me impressionou.
[00:24:13;02]
[00:24:13;09]
Me impressiona
a ideia de corpo,
[00:24:16;26]
[00:24:17;03]
de um elemento do nosso corpo,
[00:24:18;26]
[00:24:19;04]
que são as veias,
o sangue e o fluxo do sangue;
[00:24:21;18]
[00:24:21;25]
a ideia de uma veia,
[00:24:24;12]
[00:24:24;22]
de um fluxo no interior
da matéria, da escultura.
[00:24:28;11]
[00:24:32;22]
Fiz um série de obras onde
coloquei relevos e veias.
[00:24:39;04]
[00:24:39;11]
Usei o mármore porque
é um material
[00:24:42;13]
[00:24:42;21]
que se encontra facilmente
na Itália,
[00:24:46;10]
[00:24:46;22]
e que tem essa característica
de ser cheio de texturas,
[00:24:50;02]
[00:24:54;11]
que aparentam um tecido
venoso do corpo humano.
[00:24:58;27]
[00:25:01;03]
Eu fiz uma série de trabalhos
a partir essas ideias,
[00:25:06;13]
[00:25:06;23]
que nasceram,
no primeiro trabalho,
[00:25:09;18]
[00:25:09;29]
de uma ideia que é quase
a dissecação de um corpo,
[00:25:14;16]
[00:25:14;24]
portanto como uma anatomia.
[00:25:17;07]
[00:25:49;06]
Então, essa continuidade
entre o homem vegetal e mineral
[00:25:53;24]
[00:25:54;02]
nos obriga a ir além
do conhecimento do homem,
[00:25:58;14]
[00:25:58;21]
da limitação do tempo histórico,
[00:26:02;15]
[00:26:02;23]
ou seja, do tempo do ser humano.
[00:26:04;08]
[00:26:04;19]
Tal escala de tempo foi superada
pela imaginação de Penone.
[00:26:07;21]
[00:26:08;01]
O problema da dimensão
reforça o princípio da analogia.
[00:26:14;29]
[00:26:15;07]
A analogia é um
processo de experiência
[00:26:18;03]
[00:26:18;11]
que nos permite sair
da escala humana
[00:26:21;09]
[00:26:21;17]
para caminhar do
infinitamente minúsculo
[00:26:24;06]
[00:26:24;13]
até o infinitamente grande.
[00:26:26;05]
[00:26:26;12]
Portanto precisamos reconhecer,
[00:26:28;18]
[00:26:28;25]
no tema da analogia,
[00:26:30;13]
[00:26:30;22]
a capacidade de individualizar
a correspondência
[00:26:33;20]
[00:26:33;27]
entre o corpo e o universo.
[00:26:36;17]
[00:26:52;20]
Na escultura,
existe um contraste
[00:26:55;18]
[00:26:55;24]
entre o macio e o duro,
[00:26:58;03]
[00:26:58;13]
entre o fluido e o sólido,
[00:27:01;27]
[00:27:02;07]
ela é sempre baseada
nesses contrastes.
[00:27:04;27]
[00:27:05;07]
O que sempre me interessou,
nesse caso,
[00:27:09;13]
[00:27:09;22]
é que o cérebro, mesmo
sendo uma matéria mole,
[00:27:13;06]
[00:27:13;13]
cria a forma do osso
que o protege,
[00:27:21;02]
[00:27:21;10]
cria o formato do crânio,
[00:27:23;28]
[00:27:24;20]
e, dentro do crânio,
[00:27:28;01]
[00:27:28;09]
vemos o contrário do
formato do cérebro.
[00:27:32;18]
[00:27:33;22]
Então, eu peguei um crânio,
passei tinta preta,
[00:27:38;08]
[00:27:38;15]
depois, limpei levemente
com uma esponja,
[00:27:42;12]
[00:27:42;18]
e surgiu essa figura,
[00:27:45;24]
[00:27:46;04]
que lembra um crânio,
[00:27:52;03]
[00:27:52;12]
mas também com elementos,
como esses...
[00:27:58;06]
[00:27:58;14]
uma espécie de veias,
que alimentam o cérebro,
[00:28:02;16]
[00:28:02;22]
uma série de elementos
[00:28:05;09]
[00:28:05;18]
que aparentam ser uma
topografia de um território.
[00:28:10;16]
[00:28:34;13]
Isso foi feito com
pedaços de esponja...
[00:28:38;01]
[00:28:38;22]
?
[00:28:41;16]
[00:28:45;12]
Me interessava o fato de
o cérebro ser uma parte do corpo
[00:28:50;19]
[00:28:50;25]
que entende a realidade,
[00:28:52;24]
[00:28:53;01]
que elabora nossos pensamentos,
[00:28:54;24]
[00:28:55;01]
mas não consegue ver
sua própria forma,
[00:28:59;13]
[00:28:59;22]
porque para isso ele precisa
dos olhos, das mãos.
[00:29:03;16]
[00:29:04;08]
?
[00:29:07;12]
[00:29:22;26]
A visão percebe o tamanho,
[00:29:27;00]
[00:29:27;16]
já o tato não consegue
perceber o tamanho.
[00:29:31;03]
[00:29:31;19]
Quando você toca alguma coisa,
[00:29:33;25]
[00:29:34;29]
a superfície que é tocada
[00:29:38;05]
[00:29:38;19]
pode ser muito importante
para a sensação que se tem.
[00:29:44;18]
[00:29:45;03]
Com os olhos fechados,
[00:29:46;23]
[00:29:47;02]
envolvemos nossos sentidos
na nossa compreensão.
[00:29:52;03]
[00:29:53;04]
Talvez, por isso, fechamos
os olhos quando fazemos amor,
[00:29:58;26]
[00:29:59;03]
porque temos uma
percepção de ampliação,
[00:30:03;05]
[00:30:03;12]
de exaltação das
nossas sensações.
[00:30:07;12]
[00:31:08;16]
São velhas fotos daquela época.
[00:31:11;23]
[00:31:13;02]
Essa é uma fotografia que foi
descartada no trabalho final.
[00:31:19;01]
[00:31:19;08]
Mas podemos ver aqui
os cortes da colagem,
[00:31:26;04]
[00:31:26;10]
daqui até aqui.
[00:31:29;11]
[00:31:32;02]
E, aqui, a inserção do reflexo,
[00:31:35;29]
[00:31:36;08]
daquilo que
as lentes de contato refletem.
[00:31:41;20]
[00:31:42;04]
Elas refletem o espaço ao redor.
[00:31:44;19]
[00:31:58;06]
Esse trabalho de lente
de contato é um espécie de ação,
[00:32:02;27]
[00:32:03;05]
porque era o Giuseppe
que usava as lentes.
[00:32:09;25]
[00:32:10;09]
Essa é a imagem de Giuseppe
com as lentes de contato.
[00:32:16;19]
[00:32:17;24]
?
[00:32:21;15]
[00:32:25;25]
Ele diz que as lentes de contato
refletem, no espaço,
[00:32:31;12]
[00:32:31;19]
as imagens que os olhos humanos
[00:32:33;18]
[00:32:33;28]
capturam com o simples
movimento normal do olhar.
[00:32:36;18]
[00:32:39;03]
Acreditamos no êxito
desses registros fotográficos,
[00:32:43;08]
[00:32:43;15]
em ver, no futuro,
[00:32:45;16]
[00:32:45;23]
as imagens registradas
nos olhos do passado.
[00:32:48;20]
[00:32:49;21]
?
[00:32:52;14]
[00:33:14;29]
?
[00:33:18;02]
[00:33:38;21]
?
[00:33:40;21]
[00:34:00;02]
?
[00:34:04;22]
[00:34:14;26]
Eu nunca tinha
exposto esse trabalho.
[00:34:20;02]
[00:34:21;28]
Comecei a fazer
esse tipo de trabalho
[00:34:26;23]
[00:34:27;18]
em 1980; foi minha
primeira obra desse tipo.
[00:34:31;08]
[00:34:32;17]
Peguei uma pedra de um rio,
depois subi esse rio,
[00:34:37;08]
[00:34:37;16]
até onde havia uma caverna,
[00:34:40;24]
[00:34:41;18]
peguei o mesmo tipo de pedra,
[00:34:45;18]
[00:34:45;25]
um bloco,
[00:34:48;26]
[00:34:49;05]
e refiz a forma dessa pedra
que peguei no rio.
[00:34:53;15]
[00:34:58;29]
Isso porque o modo de
elaboração em uma escultura
de pedra
[00:35:04;25]
[00:35:05;06]
é muito semelhante ao modo
de elaboração da pedra do rio.
[00:35:10;08]
[00:35:10;17]
Então, a partir da
idealização desse trabalho,
[00:35:14;27]
[00:35:15;04]
foi possível realizar
o mesmo conceito,
[00:35:19;04]
[00:35:19;12]
mas com um grão de areia.
[00:35:21;24]
[00:35:28;12]
Aqui temos dois grãos de areia.
[00:35:31;20]
[00:35:31;27]
Um grão de areia
que foi encontrado,
[00:35:36;00]
[00:35:36;15]
e um grão de areia replicado,
[00:35:39;04]
[00:35:39;14]
modelado com a maior precisão
possível com um sistema
[00:35:42;24]
[00:35:43;00]
de modelagem a laser.
[00:35:46;11]
[00:35:46;26]
Encontrei um tronco
fossilizado de uma árvore,
[00:35:51;03]
[00:35:51;10]
um tronco que tem,
mais ou menos,
[00:35:56;29]
[00:35:57;12]
cem milhões de anos,
[00:36:00;18]
[00:36:01;06]
que estava vivo, era vital.
[00:36:05;04]
[00:36:05;14]
Era uma forma orgânica,
que se transformou em silício.
[00:36:11;08]
[00:36:12;21]
E a matéria orgânica
se transformou em silício,
[00:36:19;29]
[00:36:20;10]
e o silício
se transformou em areia.
[00:36:24;24]
[00:36:25;09]
Então, é uma coisa...
[00:36:27;25]
[00:36:28;04]
Eu cavei aqui com a palma
da minha mão e,
[00:36:33;11]
[00:36:34;29]
no meio da escavação,
[00:36:37;25]
[00:36:38;03]
vou colocar esse grão de areia,
[00:36:41;29]
[00:36:44;03]
que poderá ser invadido
pela vegetação,
[00:36:46;29]
[00:36:47;07]
percorrendo um ciclo
de milhares de anos,
[00:36:51;06]
[00:36:51;17]
mas é um ciclo, um movimento,
não é uma coisa estática.
[00:36:55;06]
[00:36:55;15]
A realidade é sempre fluída,
nunca será estática.
[00:36:58;29]
[00:36:59;07]
Este é o problema que nós,
seres humanos, temos.
[00:37:02;16]
[00:37:02;24]
Temos um tempo
de respiração
[00:37:05;04]
[00:37:05;15]
muito breve em comparação
à respiração da vegetação,
[00:37:10;03]
[00:37:10;13]
em comparação à respiração
de outras formas vivas,
[00:37:13;18]
[00:37:13;28]
ou daquilo que consideramos
inanimados, como areia
[00:37:17;14]
[00:37:17;24]
ou outros materiais que,
na verdade, não são inanimados.
[00:37:22;19]
[00:37:22;27]
São orgânicos, são vivos.
[00:37:25;22]
[00:37:26;01]
Particularmente, um
grão de areia condensado...
[00:37:29;12]
[00:37:29;19]
Cada grão de areia
é diferente de outro.
[00:37:33;20]
[00:37:33;28]
Portanto, cada grão de areia
tem uma identidade,
[00:37:36;27]
[00:37:37;03]
tem uma forma diversa.
[00:37:38;22]
[00:37:39;01]
Com as pessoas
são diferentes umas das outras,
[00:37:41;14]
[00:37:42;05]
é quase impossível encontrar
dois grãos de areia iguais.
[00:37:47;12]
[00:37:48;15]
Então, introduzir dois grãos
de areia iguais na natureza,
[00:37:55;09]
[00:37:55;15]
por exemplo no deserto,
[00:37:58;08]
[00:37:58;15]
é uma anomalia na lógica
da natureza,
[00:38:04;23]
[00:38:05;15]
mas essa anomalia pode ser
produzida pelo homem.
[00:38:09;08]
[00:38:09;19]
O homem também é um elemento
natural, então, na verdade...
[00:38:13;04]
[00:38:14;05]
[Carro]
[00:38:16;20]
[00:38:33;01]
Aqui tudo era cultivado,
se plantava,
[00:38:36;08]
[00:38:36;15]
Se fazia vinhedos,
se fazia produtos.
[00:38:38;04]
[00:38:38;11]
Depois, nos anos 50,
foi tudo abandonado
[00:38:40;10]
[00:38:40;18]
e, assim, cresceu esse bosque.
[00:38:42;14]
[00:38:42;22]
Então não foi
um bosque planejado,
[00:38:44;29]
[00:38:45;08]
foi uma bosque que
cresceu de maneira natural.
[00:38:48;13]
[00:38:48;21]
Por isso, há tantas essências,
[00:38:50;26]
[00:38:51;03]
há essa grande variedade
de árvores.
[00:38:55;16]
[00:39:11;17]
[Motor ligando]
[00:39:13;25]
[00:40:27;16]
Nico, pega uma escada,
por favor.
[00:40:31;04]
[00:40:45;14]
Tá, coloca aqui.
Isso, isso.
[00:40:49;20]
[00:40:55;06]
Pronto.
[00:40:56;28]
[00:40:59;03]
Bom...
[00:41:01;01]
[00:41:18;18]
Desço um pouco?
[00:41:19;24]
[00:41:20;01]
Sim, agora pega
uma ramo de Sambuco.
[00:41:24;29]
[00:41:25;05]
Sambuco? Quanto?
[00:41:26;14]
[00:41:26;24]
Um ramo mais ou menos...
mais pontas, não muito longas.
[00:41:31;15]
[00:41:31;22]
Tudo bem.
[00:41:33;07]
[00:41:36;28]
Mais para baixo.
[00:41:38;23]
[00:41:40;07]
Isso!
[00:41:41;09]
[00:41:41;16]
Agora sobe.
[00:41:43;26]
[00:42:07;00]
[Giuseppe]
Nico?
[Nico]
Oi?
[00:42:08;29]
[00:42:09;08]
[Giuseppe]
Desce um pouco.
[Nico]
Tá.
[00:42:11;20]
[00:42:20;21]
[Motor]
[00:42:22;26]
[00:42:59;12]
[Esfregando]
[00:43:01;26]
[00:43:57;27]
Agora vamos fazer outro tronco,
ali mais para baixo.
[00:44:02;10]
[00:44:02;21]
Vou fazer mais
um ou dois troncos.
[00:44:05;13]
[00:44:05;21]
Qualquer coisa,
fazemos mais ali na frente.
[00:44:08;25]
[00:44:10;18]
Agora, vou subir naquela árvore.
[00:44:13;12]
[00:44:14;17]
Não, primeiro aqui.
[00:44:16;08]
[00:44:16;15]
Sempre encontramos
no trabalho do Penone,
[00:44:19;19]
[00:44:19;27]
situações de contato,
de pele.
[00:44:22;22]
[00:44:23;01]
A pele é aquela parte
invisível, imperceptível,
[00:44:27;13]
[00:44:27;21]
porém determinante
de uma osmose
[00:44:30;01]
[00:44:30;08]
entre uma essência pressuposta
[00:44:32;22]
[00:44:33;00]
em um mundo de contínua ação.
[00:44:35;02]
[00:44:35;10]
Toda a obra de Penone
se baseia nesse limite.
[00:44:38;11]
[00:44:38;21]
Como o contato,
[00:44:40;09]
[00:44:40;19]
esse apanhado de consciência
de um superfície,
de uma forma...
[00:44:44;17]
[00:44:45;06]
a ideia de que, tocando
uma forma, se deixa uma imagem.
[00:44:50;11]
[00:44:50;26]
Uma impressão digital
não é uma imagem cultural.
[00:44:55;25]
[00:44:56;03]
É uma imagem animal,
natural.
[00:44:59;03]
[00:44:59;14]
Mas, partir do momento em
que você se torna consciente
[00:45:01;29]
[00:45:02;05]
e a repensa,
[00:45:03;23]
[00:45:04;01]
ela pode se transformar
em uma cultura...
[00:45:05;24]
[00:45:06;03]
pode se transformar em
uma linguagem desejada.
[00:45:08;14]
[00:45:08;26]
?
[00:45:11;03]
[00:45:16;01]
Esse tronco veio dos Alpes,
[00:45:23;14]
[00:45:24;05]
de uma altitude
de 1700, 1800 metros.
[00:45:30;13]
[00:45:31;16]
É um pinheiro,
em inglês é "larch",
[00:45:36;02]
[00:45:37;12]
e por ser de altas montanhas,
[00:45:39;03]
[00:45:39;09]
cresce muito lentamente,
[00:45:41;27]
[00:45:42;07]
tem um tronco muito grosso,
[00:45:44;18]
[00:45:44;26]
possui uma imagem muito forte.
[00:45:49;06]
[00:45:49;13]
Ele foi usado para
modelar o couro.
[00:45:55;02]
[00:45:57;23]
Depois de molhado, eu coloquei
o couro sobre o tronco,
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e fiz com que ele se moldasse
ao formato do tronco.
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Essas são as peles
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que foram trabalhadas.
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Uso a pele animal porque,
de qualquer modo,
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é a pele que nos separa
das coisas que nos rodeiam,
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é o órgão que
nos permite decifrar
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a superfície das coisas.
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É o aspecto tátil,
palpável da matéria,
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dos materiais de das formas
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é fundamental para a escultura.
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Uma mão que agarra
um objeto é, na verdade,
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uma ação que podemos
definir como escultura,
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assim como a respiração,
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o volume de ar de uma palavra
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pode ser considerado
uma escultura,
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porque se introduz
uma massa de ar,
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que possui várias
características,
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no meio
de um volume de ar diverso.
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A vida nos foi dada
a partir de um sopro.
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Havia a forma do homem,
feito na Terra,
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e a divindade assoprou a vida
no interior da matéria.
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Portanto, existe uma realidade
quando se respira.
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A respiração é o momento
no qual o nosso corpo
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fica permeável ao exterior.
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Nosso corpo se defende,
se fecha.
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A pele serve para
definir nosso corpo,
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para torná-lo impermeável
aos elementos externos,
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para nos proteger, porém
quando se respira,
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o ar, o oxigênio,
entra em nosso sangue
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e faz essa troca.
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Essa permeabilidade
é uma coisa semelhante
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com aquilo que acontece
com a fecundação,
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[00:48:27;10]
quando o espermatozoide
entra no interior do óvulo.
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Portanto, existe alguma coisa
relacionada à germinação,
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à vitalidade,
no ato de respirar.
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[00:48:39;22]
?
[00:48:43;07]
[00:49:44;05]
Vamos terminar o
tronco da forca.
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[00:49:46;19]
Vamos pegar a forca.
Temos que terminar a forca.
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[Esfregando]
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[00:50:44;28]
?
[00:50:48;06]