• Project: • Original Title: • Translated Title: MCC CEA 708 Closed Captions • Translator: No Author • Language: English • Subtitles: 459 • Words: 3286 • Comment: • Client: • Creation Date: 15. Aug. 2018 • Revision: • Revision Date: 15. Aug. 2018 • Media File: No Media • Format: 29.97 NTSC DF • Offset: 00:00:00:00 [00:00:24;28] ? [00:00:28;00] [00:01:33;05] A condição para o mundo existir [00:01:35;21] [00:01:35;29] tem muito a ver com a forma que comemos. [00:01:39;00] [00:01:39;07] Na verdade, o que consumimos. [00:01:41;18] [00:01:42;00] E consumimos todo tipo de coisa, [00:01:44;01] [00:01:44;09] mas a nossa necessidade mais básica, [00:01:46;06] [00:01:46;15] obviamente, é nossa subsistência diária. [00:01:49;20] [00:01:49;27] E, nesse sentido, [00:01:51;28] [00:01:52;08] tudo que levamos à boca é uma forma de questionamento. [00:01:55;29] [00:01:59;24] A primeira coisa que fazemos ao viajar [00:02:01;17] [00:02:01;26] é comer a comida do outro, o diferente. [00:02:05;05] [00:02:05;12] Nesse sentido, eu acho que é, sabe, [00:02:09;07] [00:02:09;15] um lugar onde você pode levar as pessoas [00:02:12;18] [00:02:12;26] de uma forma que é muito familiar, [00:02:15;02] [00:02:15;12] mas dar comida para elas [00:02:17;29] [00:02:18;06] que pudesse surpreendê-las. [00:02:20;24] [00:02:21;01] Acredito que entender o outro é algo político. [00:02:25;00] [00:02:25;08] Tentar entender o outro é algo político. [00:02:28;08] [00:02:28;14] E acredito [00:02:30;25] [00:02:31;04] que uma das formas mais básicas de entender o outro [00:02:34;20] [00:02:34;27] é através da comida. [00:02:36;00] [00:02:39;01] ? [00:02:40;16] [00:02:40;23] Rirkrit Tiravanija é provavelmente [00:02:42;21] [00:02:42;28] um dos artistas mais importantes [00:02:44;18] [00:02:44;26] em atuação desde os anos 1990. [00:02:47;13] [00:02:47;21] Sua peça mais importante chama-se "Free", [00:02:50;08] [00:02:50;15] de 1992, [00:02:51;23] [00:02:52;01] e estamos nela neste momento. [00:02:54;07] [00:02:54;18] "Free" faz algo muito simples, ou só aparentemente simples. [00:02:57;16] [00:02:57;25] O que Rirkrit fez foi pegar uma galeria particular [00:03:01;01] [00:03:01;09] e decidiu converter aquela galeria [00:03:03;23] [00:03:03;29] em um lounge [00:03:05;16] [00:03:05;26] onde ele cozinhava e serve arroz e curry de graça. [00:03:10;11] [00:03:10;21] É um gesto bem simples, mas bem incomum [00:03:13;24] [00:03:14;02] em um contexto de galeria de arte. [00:03:17;00] [00:03:52;29] [Conversas] [00:03:55;13] [00:04:01;18] Eu uso comida tailandesa porque é a comida [00:04:04;01] [00:04:04;08] que eu conheço melhor, entende? [00:04:06;19] [00:04:06;28] De certa forma, é o que eu tenho na memória. [00:04:11;17] [00:04:12;12] Eu cresci com comida ao meu redor. [00:04:14;28] [00:04:15;06] Cresci com uma avó que era chef de cozinha [00:04:18;15] [00:04:18;22] que ensinava a cozinhar na TV tailandesa. [00:04:22;07] [00:04:22;15] Dá para dizer que cresci em uma cozinha [00:04:25;11] [00:04:25;20] e meu pais estavam sempre trabalhando e viajando, [00:04:29;04] [00:04:29;13] então, a gente ficava na cozinha com a minha avó, [00:04:31;25] [00:04:32;01] no restaurante dela. [00:04:34;04] [00:04:35;18] Há sempre a questão de o quão tailandês eu sou [00:04:38;17] [00:04:38;24] e artistas tailandeses sempre me perguntam [00:04:40;25] [00:04:41;02] como me tornei artista, [00:04:43;05] [00:04:43;13] porque as pessoas almejam estar [00:04:45;09] [00:04:45;17] em uma estrutura internacional ou global, [00:04:49;01] [00:04:49;09] mas as pessoas ainda querem ter identidade. [00:04:52;05] [00:05:09;01] Quando eu vim estudar em Chicago, [00:05:12;01] [00:05:12;15] a escola ficava perto do museu. [00:05:16;04] [00:05:16;11] A escola havia fundado o museu [00:05:18;13] [00:05:18;20] e o museu se tornou muito importante. [00:05:21;08] [00:05:21;14] E eu fui olhar o museu [00:05:22;27] [00:05:23;07] e é claro que lá havia muitos artefatos culturais. [00:05:25;24] [00:05:26;02] Naquele período havia muita indagação [00:05:29;16] [00:05:29;23] sobre identidade pós-colonial, [00:05:32;19] [00:05:33;20] combinada com uma ideia de crítica às instituições. [00:05:38;25] [00:05:39;06] Então, [00:05:40;12] [00:05:40;21] eu diria que peguei os potes e vasos do museu [00:05:44;09] [00:05:44;16] e os reutilizei, reanimei. [00:05:48;09] [00:05:48;21] Essa ideia de reanimação [00:05:51;00] [00:05:51;13] era interessante para mim em um sentido antropológico, [00:05:54;28] [00:05:55;04] porque eu sentia, sabe, [00:05:56;24] [00:05:57;01] que os objetos ganhariam valor [00:06:02;03] [00:06:02;12] através de algum tipo de entendimento estético, [00:06:05;10] [00:06:05;22] ou algum tipo de valor estético ocidental [00:06:08;08] [00:06:08;23] e eu sentia que o que estava faltando [00:06:12;12] [00:06:12;19] era estar cercado de vida cultural. [00:06:15;18] [00:06:16;01] Então, para tentar cercá-los de vida cultural, [00:06:19;01] [00:06:19;22] alguém teria de reanimá-los. [00:06:21;06] [00:07:29;22] Sinto que os meus trabalhos [00:07:31;27] [00:07:32;06] sempre foram baseados nesse tipo de relacionamento [00:07:35;14] [00:07:35;21] com identidade cultural [00:07:37;19] [00:07:38;03] e , talvez, em algumas indagações pós-coloniais. [00:07:41;25] [00:07:43;08] Isso é sempre relevante, [00:07:44;21] [00:07:44;28] porque quando você vem da periferia, [00:07:47;04] [00:07:47;11] você sempre tem indagações. [00:07:49;09] [00:07:50;29] Porém, tanto no Ocidente quanto no Oriente, [00:07:54;16] [00:07:54;24] as pessoas não entendem o que eu quero dizer. [00:07:57;06] [00:07:58;04] Acredito que sejam algum tipo de percepção das coisas. [00:08:01;06] [00:08:01;19] Só que não estou interessado nesses tipos de limites, [00:08:05;03] [00:08:05;12] mas, sim, no que se refere à identidade [00:08:07;25] [00:08:08;02] e formação cultural. [00:08:10;14] [00:08:10;24] Eu gostaria de transcender esses tipos de limites, [00:08:14;17] [00:08:14;28] ou, pelo menos, eu sempre quis poder questionar esses limites. [00:08:19;23] [00:08:35;05] [Conversas] [00:08:37;25] [00:08:43;13] É, vamos ver. Estou esperando todos se sentarem. Vamos começar! [00:08:47;15] [00:08:47;22] Vamos. [00:08:49;04] [00:08:56;03] -Posso agora? -Passa. [00:08:57;18] [00:08:57;24] É? [00:08:59;01] [00:09:26;24] Para 30 pessoas, são seis tigelas. [00:09:30;02] [00:09:32;07] [Fala em tailandês] [00:09:35;14] [00:09:57;27] Pesto... [00:09:59;09] [00:09:59;16] Quer dizer, com o chá envelhecido. [00:10:01;18] [00:10:01;24] Cinquenta tigelas. [00:10:02;29] [00:10:03;06] -Precisamos apresentar. -Eu também não sabia. [00:10:05;11] [00:10:05;18] Sim, já vamos servir. [00:10:07;03] [00:10:07;09] Está bem. [00:10:08;14] [00:10:09;15] Você consegue. [00:10:10;13] [00:10:12;09] [Conversas] [00:10:15;05] [00:10:22;11] Uma tigela de salada de abóbora com rabanete. [00:10:26;12] [00:10:26;18] Obrigada. [00:10:27;23] [00:10:28;18] Deveriam ter estes pratos na Rússia. [00:10:31;17] [00:10:31;25] Aspargos com pesto envelhecido. [00:10:34;17] [00:10:39;14] Vão beber o vinho antes? [00:10:42;16] [00:10:44;11] Quer dizer, somente pelas cores [00:10:46;26] [00:10:47;04] essa comida já dialoga com a alma. [00:10:50;24] [00:10:58;18] Itadakimasu. [00:10:59;29] [00:11:02;13] [Conversas na cozinha] [00:11:07;03] [00:11:09;15] ...com um monte de coisas brilhantes. [00:11:11;13] [00:11:11;22] Tinha vários guarda-costas ali perto... [00:11:14;27] [00:11:16;04] Teve um momento em que estávamos na rua. [00:11:18;22] [00:11:19;00] Estávamos passando por todo mundo [00:11:20;22] [00:11:21;00] e esse cara estava comigo. [00:11:22;09] [00:11:22;20] Aí, uma mulher veio falar comigo, eu não sei por quê, [00:11:24;25] [00:11:25;04] e disse: 'Com licença. Esse aí é o Ai Weiwei?" [00:11:28;11] [00:11:29;28] Ai Weiwei! [00:11:31;16] [00:11:31;23] [Risos] [00:11:33;15] [00:11:33;28] Acho que foi o gorro de lã. [00:11:36;09] [00:11:38;07] -E o que você respondeu? -Eu respondi... [00:11:39;24] [00:11:40;00] ? [00:11:41;29] [00:12:12;23] ? [00:12:16;24] [00:12:32;07] [Conversas] [00:12:37;16] [00:12:48;00] ? [00:12:54;08] [00:13:08;01] Nessa obra, em particular, houve uma combinação de ideias. [00:13:13;22] [00:13:14;02] Primeiro, essa planta, essa ideia de uma planta, [00:13:18;11] [00:13:18;17] uma coisa viva, [00:13:20;22] [00:13:21;20] que é uma coisa espalhada pelo planeta todo. [00:13:25;19] [00:13:32;04] Biblicamente a palmeira já existe [00:13:36;25] [00:13:37;04] e é usada e mencionada, e aparece no imaginário. [00:13:41;07] [00:13:41;19] E eu acho que, por eu vir de um lugar tropical, [00:13:45;17] [00:13:45;24] sabe, é uma espécie de... [00:13:48;13] [00:13:48;21] É algo que sempre faz parte, [00:13:51;29] [00:13:52;07] de certa forma, do seu imaginário. [00:13:54;21] [00:13:54;27] Sabe? E também, [00:13:56;21] [00:13:56;28] em contraste com o Ocidente, [00:13:58;28] [00:13:59;06] também está no imaginário deles [00:14:01;18] [00:14:01;28] que se fossem a um país tropical [00:14:05;15] [00:14:05;22] veriam muitas palmeiras lá [00:14:07;29] [00:14:08;07] e poderiam sentar embaixo delas de frente para o mar. [00:14:11;06] [00:14:11;13] Entendeu? Então... [00:14:13;05] [00:14:13;11] Essa visão de paraíso [00:14:15;11] [00:14:15;19] está toda embutida nessa planta [00:14:18;06] [00:14:18;14] que já existe há muito tempo. [00:14:20;07] [00:14:21;15] [Ondas do mar] [00:14:25;14] [00:14:46;25] ? [00:14:49;15] [00:15:32;15] ? [00:15:35;03] [00:16:36;06] Aqui... [00:16:37;17] [00:16:53;20] Este é um Coccothrinax. [00:16:56;04] [00:16:56;10] É uma palmeira enorme [00:16:58;06] [00:16:58;14] e é uma das espécies que nascem no Brasil. [00:17:02;04] [00:17:07;10] Ele usou uma pequena lista baseado no novo [00:17:14;12] [00:17:14;19] "Catálogo de Plantas e Fungos do Brasil"LL [00:17:18;16] [00:17:18;27] e eu apenas anotei os nomes genéricos, [00:17:21;27] [00:17:22;04] não os nomes das espécies [00:17:24;05] [00:17:24;15] e eu deixei sublinhados os nomes [00:17:28;12] [00:17:28;22] que, realmente, [00:17:30;28] [00:17:31;07] já tivesse sido publicados em Berlim [00:17:34;15] [00:17:34;24] por botânicos que trabalhavam em Berlim. [00:17:37;05] [00:17:37;15] Na taxonomia botânica, nós temos uma regra que é fixa: [00:17:42;03] [00:17:42;13] quem quer que seja o primeiro a dar nome ao gênero ou à espécie [00:17:48;17] [00:17:49;12] venceu o jogo. [00:17:51;20] [00:17:52;19] Todo mundo que chegar depois tem que usar o nome dele. [00:17:56;22] [00:17:57;06] Como consequência, virou um esporte. [00:18:00;08] [00:18:01;01] O vencedor vence! [00:18:02;22] [00:18:02;29] Então, muitas pessoas na Europa [00:18:05;16] [00:18:05;26] tinham um interesse enorme [00:18:09;17] [00:18:09;25] por analisar, descrever e dar nomes [00:18:13;22] [00:18:14;00] à diversidade dos trópicos. [00:18:16;00] [00:18:28;00] O centro constantemente tenta organizar. [00:18:30;29] [00:18:31;05] Ele sempre tenta [00:18:33;07] [00:18:33;17] colocar as coisas no tempo, espaço e ordem. [00:18:36;18] [00:18:37;00] Tentam dar nomes a tudo. Tentam catalogar tudo. [00:18:40;23] [00:18:41;01] Colocam tudo em palavras. [00:18:42;24] [00:18:43;03] E eu gostaria de dizer que eu acho importante [00:18:45;22] [00:18:45;29] que nós questionemos isso [00:18:49;02] [00:18:49;13] ao continuar nos movimentando. [00:18:51;12] [00:18:51;20] Nós não pensamos em termos de quantidade. [00:18:53;15] [00:18:53;22] Não pensamos em termos de medida. [00:18:55;14] [00:18:57;09] Para nós... [00:18:58;16] [00:18:59;26] sabe... [00:19:01;01] [00:19:01;14] uma pequena palmeira crescer já é demais. [00:19:05;00] [00:20:45;02] Puxa mais um pouco. Aí. Para lá. [00:20:50;03] [00:21:25;09] A própria obra foi feita [00:21:28;11] [00:21:28;19] para uma estrutura curatória específica [00:21:32;18] [00:21:33;00] na Bienal de São Paulo. [00:21:35;11] [00:21:35;21] Depois disso, ela foi mandada ao México, [00:21:38;13] [00:21:38;21] onde ela ficou por um tempo [00:21:40;20] [00:21:40;26] e nós a ativamos. [00:21:43;00] [00:21:43;17] Após isso, obviamente, ela voltou para Inhotim. [00:21:47;06] [00:21:47;14] Nesse sentido, eu sempre achei [00:21:49;02] [00:21:49;11] que deveria ter ficado no Brasil desde o início. [00:21:52;05] [00:21:52;20] Entendeu? [00:21:54;01] [00:21:54;11] De certa forma, ela retornou para o seu devido lugar. [00:21:57;13] [00:21:57;21] A própria viagem ao México e volta ao Brasil. [00:22:00;20] [00:22:01;19] Lembrando a história do pavilhão original restaurado [00:22:05;28] [00:22:06;14] viajando para várias cidades, isso era algo que trouxe outro valor para a peça. [00:22:13;11] [00:22:14;08] E nesse momento em 2009 acho que Inhotim tinha chegado, [00:22:19;27] [00:22:21;08] 2009, 2010, numa capacidade do paisagismo [00:22:26;02] [00:22:26;12] de realmente responder com a coleção de palmeiras [00:22:29;25] [00:22:30;02] de Inhotim à proposta do próprio pavilhão. [00:22:33;26] [00:23:00;26] Esse eu vou comer. [00:23:03;01] [00:23:15;09] Babão. [00:23:16;23] [00:23:18;24] Difícil de germinar, cara. Mas muito saboroso. [00:23:22;07] [00:23:23;24] Tem gente que odeia. Eu adoro. [00:23:27;07] [00:23:29;22] Essa daqui é a Macaúba, é uma espécie nativa, [00:23:32;14] [00:23:32;22] altamente resiliente, de difícil germinação, [00:23:35;08] [00:23:35;16] que produz um óleo extremamente combustível [00:23:38;28] [00:23:39;06] com muita qualidade nutritiva também. [00:23:42;22] [00:23:43;03] Então, o gado adora comer, alguma pessoas adoram comer, [00:23:46;14] [00:23:46;22] eu particularmente gosto. É um coco muito babão [00:23:50;06] [00:23:50;17] e tem gente que odeia também, porque tem um cheiro muito forte, especial. [00:23:54;24] [00:23:55;01] Ela quando é atacada por algum tipo de praga, [00:23:58;13] [00:23:58;24] o besouro fura a casca dela e em questão de minutos ou horas [00:24:03;10] [00:24:03;19] ela solta uma resina que cria uma capa de proteção. [00:24:07;22] [00:24:08;03] Espécies exóticas normalmente não têm esse tipo de estratégia. [00:24:11;28] [00:24:12;09] Então elas são muito mais suscetíveis aos ataques de besouros e pragas. [00:24:17;01] [00:24:17;16] Ela, não. Ela já tem uma... [00:24:19;09] [00:24:19;21] E ela se pegar fogo em tudo, ela perde todas as folhas, [00:24:23;01] [00:24:23;11] mas com o orvalho, com o sereno que cai, [00:24:29;04] [00:24:29;11] ela já vai conseguir rebrotar. [00:24:32;22] [00:24:33;01] Então, esse tronco aqui tem uma, que não é um tronco, [00:24:36;11] [00:24:36;23] mas tem uma tecnologia que a gente precisa aprender a lidar com ela. [00:24:42;26] [00:24:43;18] Até para eventualmente proteger outras plantas. [00:24:46;20] [00:24:53;07] [Câmera] Se você quiser chamar a atenção para [00:24:55;06] [00:24:55;16] alguma espécie aí a gente mostra, mesmo que não seja de comer. [00:24:59;07] [00:25:00;06] Eu adoro as Cycas Revolutas, porque elas são espécies [00:25:07;26] [00:25:08;06] que datam dos tempos dos dinossauros, né, cara. [00:25:11;17] [00:25:11;27] São plantas que vêm se adaptando desde essa época dos dinossauros. [00:25:18;01] [00:25:18;26] Ela tem um vigor, uma força para continuar [00:25:24;03] [00:25:24;10] existindo, para continuar [00:25:27;24] [00:25:30;03] fazendo parte de tudo. Ela vai surgindo por baixo, [00:25:33;28] [00:25:34;05] vão surgindo novos brotos, né? [00:25:37;08] [00:25:41;23] Essa é a floração da palmeira, ela está em floração. [00:25:47;01] [00:25:47;11] E daí vai aparecer os frutinhos que ficam [00:25:51;06] [00:25:51;13] primeiro vermelho e depois ficam pretos. [00:25:55;02] [00:25:55;10] É um Archontophoenix . [00:25:58;09] [00:26:05;25] Licuala amplifrons. É uma palmeira muito bonita. [00:26:11;12] [00:26:13;14] São as trintenárias do Inhotim. [00:26:16;12] [00:26:18;22] Essas daqui [00:26:20;19] [00:26:20;29] são dos Everglades dos EUA, lá do Pantanal de Miami, [00:26:26;15] [00:26:28;16] que é o Paurotis . [00:26:31;00] [00:26:34;14] Ali também tem uma palmeira raríssima, [00:26:36;14] [00:26:36;21] a chamam de palmeira-diamante, [00:26:39;01] [00:26:39;07] é do sudoeste asiático. [00:26:41;26] [00:26:42;25] A palmeira é impressionante a beleza dela. [00:26:46;01] [00:26:46;09] Está em floração, olha. Entendeu? [00:26:49;11] [00:26:55;22] No Brasil, a coisa que nós mais temos de norte a sul do Brasil [00:26:59;22] [00:26:59;29] são as palmeiras. E hoje nós temos, [00:27:02;24] [00:27:03;07] quer dizer, depois desses 32 anos e o Jardim Botânico também... [00:27:07;26] [00:27:08;06] nós arrumamos muitas espécies de colecionadores, [00:27:11;21] [00:27:12;05] são palmeiras do mundo inteiro, nós temos a coleção de palmeiras hoje muito expressiva, [00:27:18;01] [00:27:18;10] com mais de mil e tantas espécies de palmeiras. [00:27:21;16] [00:27:22;00] As palmeiras exercem um poder de atração de colecionadores e sobre amantes [00:27:27;23] [00:27:28;01] das plantas e da natureza. Porque elas são, [00:27:31;19] [00:27:31;28] além da gigantesca diversidade de espécies, [00:27:35;19] [00:27:36;00] elas têm características muito peculiares [00:27:39;00] [00:27:39;09] de crescimento, frutificação, de resiliência, [00:27:43;12] [00:27:43;22] de variedades de formas, de valor nutritivo dos frutos, [00:27:50;15] [00:27:50;22] o próprio caule dela e comestível, [00:27:53;01] [00:27:53;08] de onde se tira o palmito. [00:27:55;00] [00:27:55;12] Então, ela é extremamente valorizada do ponto de vista social, ambiental, [00:27:58;21] [00:27:58;29] econômico e ecossistêmico. [00:28:01;04] [00:28:01;14] Fazer o transplante de uma palmeira e relativamente [00:28:04;05] [00:28:04;15] mais viável do que fazer transplante de árvores adultas. [00:28:09;04] [00:28:09;14] Isso é um outro aspecto que faz com que elas sejam [00:28:12;10] [00:28:12;16] mas colecionáveis. [00:28:14;19] [00:28:15;13] Aqui, agora, eu cortei um palmito de açaí [00:28:20;28] [00:28:21;09] e um palmito de pupunha para a gente fazer uma degustação. [00:28:25;19] [00:28:26;28] Esse aqui. [00:28:30;17] [00:28:30;25] Aí vem até aqui e começa a ficar mais fibroso, [00:28:33;10] [00:28:33;17] deixa eu ser o cobaia? Está bom. [00:28:37;00] [00:28:38;01] Quem quiser experimentar. [00:28:39;26] [00:28:40;06] Então, palmeira, basicamente tem três tipos de folha. [00:28:43;16] [00:28:45;21] Tem a folha pinada, esse tipo de folha aqui, [00:28:48;19] [00:28:49;03] igual do coco da Bahia, o tipo de folha que a gente está mais acostumado a ver. [00:28:52;29] [00:28:53;06] Essa daqui é um Syagrus deflexa. [00:28:55;15] [00:28:55;22] Pinada, folha pinada. [00:28:57;13] [00:28:57;20] Aqui eu colhi uma folha de carnaúba, [00:28:59;27] [00:29:00;04] ela deu uma definhada aqui, [00:29:02;19] [00:29:02;25] ela é super branca [00:29:05;03] [00:29:05;24] e é tudo cera aqui também. E aí se extrai cera daqui das folhas, [00:29:09;28] [00:29:10;08] eles deixam secar, batem a folha e conseguem extrair a cera. [00:29:14;12] [00:29:14;20] Esse tipo de folha, que é aquela folha lá, [00:29:17;05] [00:29:17;12] essa folha aqui, essa daqui, não, [00:29:20;22] [00:29:21;02] essa é a Latania loddigesii . Não é brasileira, [00:29:24;01] [00:29:24;14] é diferente da Corifa. A Corifa a folha é gigantesca, muito maior que essa. [00:29:28;16] [00:29:28;24] Essa daqui é o tipo de folha palmada. [00:29:30;19] [00:29:31;00] Essa daqui é o tipo de folha que o pessoal ficava fazendo... [00:29:33;03] [00:29:33;10] E tem a bipenada que é a rabo-de-peixe, [00:29:37;12] [00:29:37;20] que é a Caryota , que tem bastante nas cidades, [00:29:39;17] [00:29:39;23] o pessoal planta muito. [00:29:41;10] [00:29:41;20] Essa planta, falando dela, ela também se chama palmeira-pó-de-mico, [00:29:43;28] [00:29:44;04] que ela dá coceira. [00:29:45;27] [00:29:46;13] Normalmente, as palmeiras, a grande maioria, são comestível. [00:29:49;12] [00:29:50;08] O pessoal até chama de árvore da vida, [00:29:52;16] [00:29:52;23] na verdade, são palmeiras da vida, [00:29:54;13] [00:29:54;21] porque se aproveita toda a planta. [00:29:57;05] [00:29:57;12] Se aproveita as folhas para fazer cobertura, [00:29:59;21] [00:30:00;02] o tronco para fazer paredes, a raiz para fazer medicamento, [00:30:03;15] [00:30:03;22] o fruto normalmente tem muito óleo, [00:30:05;25] [00:30:06;04] tem muita proteína. Então, é um alimento super bom. [00:30:08;22] [00:30:09;00] O palmito é um outro alimento. [00:30:10;29] [00:30:11;14] Imagina você estar na mata e comer um palmito desse aqui e está feita uma refeição. [00:30:15;08] [00:30:16;06] Outra coisa interessante é o sistema de raiz. [00:30:19;14] [00:30:19;22] Essa aqui é uma muda de Tamboril, [00:30:21;28] [00:30:22;09] que é aquela árvore gigante que tem lá embaixo. Enterolobium . [00:30:25;27] [00:30:26;20] A árvore tem a raiz, [00:30:29;23] [00:30:30;02] eu vou tirar essa raiz daqui para vocês verem, [00:30:32;16] [00:30:32;28] ela tem a raiz pivotante, que é a raiz que vai fixar ela no solo, [00:30:35;18] [00:30:35;26] que vai buscar água lá embaixo. [00:30:37;23] [00:30:38;03] A de palmeira, essa daqui é uma mudinha de açaí, [00:30:40;08] [00:30:40;18] ela não tem. Ela tem um sistema de raiz igual do milho. [00:30:45;00] [00:30:45;22] A gente chama de cabeleira. Então, é diferente também. [00:30:50;11] [00:30:50;25] Por isso que o Inhotim tem tanta palmeira também. [00:30:53;25] [00:30:54;03] Porque você consegue trazer plantas adultas. [00:30:56;20] [00:30:56;28] Árvore, você tem que plantar de semente. [00:30:58;29] [00:30:59;06] Ou plantar de vazo e tal. [00:31:00;23] [00:31:01;04] A palmeira, eu posso pegar uma palmeira de 30 anos de um local, [00:31:04;18] [00:31:04;29] se eu tirar ela direitinho, né, respeitando o torrão, regar, [00:31:09;11] [00:31:09;22] depois a hora que eu plantar aqui de novo muita rega, muito adubo, [00:31:12;23] [00:31:13;02] ela nem sente quase. Por causa desse sistema de raiz. [00:31:17;01] [00:31:17;08] A árvore, se você vai tirar uma árvore grande, [00:31:19;13] [00:31:19;25] você rompe a raiz pivotante dela e ela vai morrer, invariavelmente. [00:31:25;00] [00:32:26;00] ? [00:32:28;08] [00:32:49;00] ? [00:32:52;02] [00:33:33;09] O projeto arquitetônico foi feito [00:33:36;17] [00:33:37;15] por um arquiteto um tanto pós-industrial de Paris, [00:33:41;20] [00:33:42;01] que tinha a intenção de projetar [00:33:45;01] [00:33:45;09] uma estrutura perfeita para as colônias. [00:33:49;09] [00:33:49;20] Então, essa ideia de a máquina de vida [00:33:53;29] [00:33:54;07] que pode ser enviada ao outro mundo, [00:33:58;29] [00:33:59;07] que precisa ser modernizado. [00:34:01;16] [00:34:01;24] Então, é esse tipo de indagação sobre modernidade [00:34:05;06] [00:34:05;13] e a imposição do que é moderno [00:34:08;16] [00:34:08;22] que vem do centro. [00:34:10;16] [00:34:10;26] Construir alguma coisa de metal no clima tropical, [00:34:15;06] [00:34:15;14] para mim, é um equívoco, de certa forma, sabe? [00:34:19;27] [00:34:21;06] Mas é claro que ele também tentou... [00:34:23;13] [00:34:23;21] É nisso que eu estou interessado, [00:34:26;14] [00:34:26;20] nessa estranha... [00:34:28;09] [00:34:28;18] Nessa confluência de ideias e de equívocos. [00:34:32;07] [00:34:32;13] Existe uma espécie de... [00:34:34;28] [00:34:35;23] É, uma espécie de... [00:34:37;16] [00:34:37;23] força ideológica que tenta fazer o bem, [00:34:43;17] [00:34:45;04] que eu acho que é uma contradição do colonialismo, entende? [00:34:49;21] [00:34:51;17] Porém, por outro lado, [00:34:53;05] [00:34:53;13] também não estão funcionando tão bem, entende? [00:34:57;01] [00:34:57;11] Mas eu gosto disso. [00:35:00;04] [00:36:39;07] [Chuva] [00:36:42;03] [00:37:22;05] A palmeira pode ser encontrada em vários tipos, [00:37:25;11] [00:37:25;19] pelo menos, em um tipo de estrutura tropical. [00:37:28;02] [00:37:29;21] E eu acho [00:37:31;03] [00:37:31;11] que ela foi uma espécie de testemunha ocular [00:37:36;22] [00:37:36;28] de como o mundo mudou. [00:37:39;02] [00:37:39;08] E eu me foquei muito [00:37:40;27] [00:37:41;05] em fazer um certo tipo de correlação [00:37:45;00] [00:37:45;09] com quando os franceses destruíram a Polinésia, [00:37:47;29] [00:37:48;07] enquanto testavam a bomba atômica. Entendeu? [00:37:50;23] [00:37:51;00] Isso, de certa forma, ainda nos afeta hoje. [00:37:54;03] [00:37:54;10] Sabe, silenciosa e discretamente. [00:37:56;24] [00:37:57;01] Então, acaba sendo uma combinação [00:37:59;15] [00:37:59;23] de todas essas correlações [00:38:01;12] [00:38:01;18] que, sabe... [00:38:03;00] [00:38:03;08] entre dar e receber, entendeu? [00:38:06;02] [00:38:06;08] Entre... [00:38:07;23] [00:38:08;12] sabe, possuir e usar. [00:38:10;17] [00:38:43;15] [Explosão] [00:38:46;00] [00:39:20;19] [Explosão] [00:39:22;28] [00:40:52;26] Dá para dizer que obviamente, esta planta [00:40:56;28] [00:40:57;06] existia e ainda existe lá. [00:40:59;21] [00:41:02;11] É uma planta como a grama é para nós, [00:41:05;20] [00:41:05;27] que se espalha com o vento. [00:41:07;22] [00:41:08;00] Elas têm a habilidade de sobreviver a tudo, [00:41:11;21] [00:41:11;29] porque elas vão com qualquer coisa que vier. [00:41:15;09] [00:41:15;16] E eu acho que, para mim, é uma espécie de... [00:41:19;11] [00:41:19;19] É uma espécie de metáfora [00:41:22;04] [00:41:22;11] de como a periferia consegue existir [00:41:25;13] [00:41:25;19] e resistir, [00:41:27;24] [00:41:28;03] sem precisar explodir nada, entendeu? [00:41:33;19] [00:41:34;23] [Explosão] [00:41:38;11] [00:42:54;19] ? [00:42:56;24] [00:44:29;18] Eu sempre achei [00:44:30;23] [00:44:31;01] que as minhas obras apontavam para casa. [00:44:33;02] [00:44:33;10] Uma vez que você percebe, [00:44:35;10] [00:44:35;16] de certa forma, onde... [00:44:37;10] [00:44:37;17] Quando você "se encontra", [00:44:39;06] [00:44:39;14] percebe que pode ir para casa [00:44:41;11] [00:44:41;17] ou procurar a sua casa. [00:44:43;27] [00:44:44;19] Então, eu achava, e ainda acho, [00:44:47;04] [00:44:47;13] que muita coisa ainda pode ser feita na periferia. [00:44:51;10] [00:44:51;24] Para mim, claramente, [00:44:53;18] [00:44:53;28] em um contexto restrito, sempre há muito a ser feito. [00:44:57;03] [00:45:21;20] Antes, havia muito desmatamento. [00:45:24;19] [00:45:24;25] Eu acho que sim. [00:45:26;06] [00:45:26;14] Nós vamos ver o desmatamento depois. [00:45:29;15] [00:45:29;26] Veja quantas árvores derrubadas. Já derrubaram quase todas. [00:45:32;20] [00:45:33;01] Entendendo que todas essas coisas sou eu mesmo que provoco. [00:45:35;23] [00:45:36;02] Lá para cima, quase não sobrou nenhuma árvore. [00:45:37;20] [00:45:37;28] Se você for ao arrozal do Pakayor Karen, [00:45:40;10] [00:45:40;17] verá que não há árvores [00:45:42;09] [00:45:42;15] pelos lados da estrada. [00:45:44;16] [00:45:45;03] Não tem madeira o bastante para sequer fazer um chapéu. [00:45:48;22] [00:45:49;03] -Eles derrubaram tudo. -É, derrubaram tudo. [00:45:52;01] [00:45:53;01] Estou preocupado com a floresta. [00:45:55;00] [00:45:55;12] A natureza nos colocará em perigo um dia. [00:45:57;06] [00:45:57;17] É por causa de as pessoas terem feito tantos arrozais [00:46:03;02] [00:46:03;12] que eles vão enfrentar uma época enorme de secas. [00:46:07;00] [00:46:07;06] Eu também acho. [00:46:08;06] [00:46:08;12] Vai ter seca, sim. [00:46:09;21] [00:46:09;29] Acho que não vai sobrar mais nenhuma árvore [00:46:13;03] [00:46:13;09] até mês que vem. [00:46:14;26] [00:46:15;04] Quantos arrozais tem aqui dentro? [00:46:17;28] [00:46:18;05] Tem vários arrozais aqui dentro. [00:46:20;18] [00:46:22;20] A natureza é vingativa. [00:46:25;03] [00:46:25;12] É, o homem danificou muito as florestas. [00:46:27;21] [00:46:27;27] É o desmatamento. [00:46:29;19] [00:46:29;27] As árvores daqui foram derrubadas. [00:46:31;19] [00:46:31;27] Pois é, foram todas derrubadas. [00:46:33;16] [00:46:33;23] As grandes e as pequenas foram derrubadas. [00:46:36;28] [00:46:37;10] Às vezes, eles derrubavam pequenos troncos como este. [00:46:41;07] [00:46:56;00] O "Land" foi um tipo de... [00:46:58;19] [00:46:58;28] Quer dizer, é uma colaboração entre muita gente. [00:47:02;09] [00:47:02;17] Algumas pessoas que têm o interesse [00:47:05;17] [00:47:05;24] em falar e pensar sobre arte [00:47:07;27] [00:47:08;03] aparecem e ficam lá. [00:47:10;29] [00:47:11;09] Parte disso é poder ter um lugar e um espaço onde podemos [00:47:15;08] [00:47:15;14] nos formar melhor. [00:47:17;12] [00:47:17;20] Podemos nos relacionar melhor [00:47:19;18] [00:47:19;28] e ter realmente um lugar para poder falar e pensar. [00:47:23;13] [00:47:23;21] Nesse sentido, não tínhamos [00:47:25;26] [00:47:26;04] e ainda não temos um plano definitivo [00:47:29;12] [00:47:29;20] do que deveria ser ou pode ser no futuro. [00:47:32;21] [00:47:32;28] É um plano aberto. [00:47:34;11] [00:47:34;21] Então, chamamos simplesmente de "Land" ou "Arrozal". [00:47:38;10] [00:47:50;27] Estamos plantando tipos diferentes de plantas [00:47:53;14] [00:47:53;21] e coletamos sementes. [00:47:55;08] [00:47:55;16] Temos camadas diferentes de atividades. [00:47:58;28] [00:47:59;05] Só que no dia a dia [00:48:01;20] [00:48:01;27] tem que coisas que estão crescendo. [00:48:04;11] [00:48:28;04] Então, é claro que os curadores chegam no Ocidente [00:48:31;08] [00:48:31;14] e ficam decepcionados [00:48:32;28] [00:48:33;06] porque algumas plantas estão crescendo [00:48:37;01] [00:48:37;09] e tem algumas casas que estão caindo aos pedaços. [00:48:40;28] [00:48:41;05] Sabe? Mas... [00:48:42;22] [00:48:43;02] E também não tem nenhum tipo de estrutura organizada [00:48:46;01] [00:48:46;08] entorno das atividades e das pessoas. [00:48:49;12] [00:48:50;00] Mas, sabe... [00:48:52;00] [00:48:52;07] eles vêm com expectativas. [00:48:55;25] [00:48:56;05] E vêm com expectativas em uma certa estrutura de tempo, [00:49:00;11] [00:49:00;26] passam um dia só e esperam ver [00:49:04;04] [00:49:05;22] uma utopia. [00:49:07;07] [00:49:07;22] Eu acho que o problema maior é esse. [00:49:12;19] [00:49:31;01] [Conversa em tailandês] [00:49:33;21] [00:50:04;26] ? [00:50:09;00]