• Project: • Original Title: • Translated Title: MCC CEA 708 Closed Captions • Translator: No Author • Language: English • Subtitles: 472 • Words: 3510 • Comment: • Client: • Creation Date: 15. Aug. 2018 • Revision: • Revision Date: 15. Aug. 2018 • Media File: No Media • Format: 29.97 NTSC DF • Offset: 00:00:00:00 [00:00:25;10] ? [00:00:29;08] [00:01:09;27] ? [00:01:13;19] [00:01:33;16] Desde o começo, eu queria colocar o meu corpo [00:01:36;20] [00:01:36;27] e minhas experiências no meu trabalho. [00:01:42;03] [00:01:42;19] E as experiências que eu tive e que foram mais significativas [00:01:47;03] [00:01:47;13] foram no campo de futebol. [00:01:50;15] [00:01:51;12] Acho que um atleta é capaz de entender [00:01:54;02] [00:01:55;10] que o corpo precisa de resistência para crescer. É uma coisa dada como certa. [00:02:00;12] [00:02:00;24] Todo o processo de treinamento é desenvolvido sobre esse entendimento. [00:02:04;11] [00:02:04;24] Então, eu acho que quando me deparei com essa ideia de estar em um estúdio [00:02:09;26] [00:02:10;07] para ficar em forma foi quando pude entender o desenvolvimento [00:02:15;22] [00:02:16;22] da forma que sofre uma resistência auto infligida. [00:02:21;21] [00:02:23;10] ? [00:02:27;21] [00:02:32;02] ? [00:02:37;20] [00:02:46;14] ? [00:02:50;21] [00:02:56;05] ? [00:02:59;21] [00:03:00;02] A ideia de [00:03:02;01] [00:03:02;11] a partir das limitações, gerar algo novo, [00:03:06;19] [00:03:06;28] e superar as limitações é um desejo do humano. [00:03:10;19] [00:03:12;04] Mas o Barney ele conseguiu desenvolver uma forma [00:03:16;05] [00:03:16;18] de si mesmo jogar nessa limitação física, [00:03:21;23] [00:03:23;16] e tentar encontrar formas por... [00:03:27;08] [00:03:28;13] habilidade e força física mesmo, [00:03:32;02] [00:03:35;13] e superando essas limitações que ele mesmo se colocou. [00:03:38;26] [00:03:40;11] ? [00:03:44;26] [00:03:51;10] ? [00:03:53;06] [00:03:53;17] [Som de passos na água] [00:03:58;02] [00:04:00;13] ? [00:04:04;08] [00:04:09;28] ? [00:04:12;01] [00:04:12;25] [Som de passos na água] [00:04:17;23] [00:04:19;22] [Som de passos na água] [00:04:24;20] [00:04:27;01] Olá! [00:04:28;25] [00:04:32;06] [Som de cadeiras batendo] [00:04:34;09] [00:04:37;14] Senhor? [00:04:39;14] [00:04:40;07] Quem está aí? [00:04:42;03] [00:04:45;22] [Som de passos e cadeiras batendo] [00:04:49;04] [00:04:49;14] Como foi essa noite com a sua metamorfose? [00:04:52;23] [00:04:53;08] Você não assistiu? [00:04:55;16] [00:04:57;27] [Som de passos e cadeiras batendo] [00:05:03;05] [00:05:05;16] Senhor, não seria mais recompensador [00:05:08;12] [00:05:08;23] transcender a sua posição dentro da colmeia [00:05:11;09] [00:05:11;19] para metamorfosear verdadeiramente... [00:05:13;28] [00:05:15;20] [Som de passos e cadeiras batendo] [00:05:17;23] [00:05:18;03] em vez desse exercício de mera fisicalidade? [00:05:20;28] [00:05:23;04] Fisicalidade, senhora? Posso garantir que cada vez que desafio a mim mesmo [00:05:27;29] [00:05:28;13] para escapar de um baú trancado [00:05:31;16] [00:05:32;01] uma transformação verdadeira acontece. [00:05:35;07] [00:05:38;22] [Som de objetos batendo] [00:05:43;01] [00:05:44;02] [Som de passos e objetos batendo] [00:05:48;27] [00:05:50;25] Com a metamorfose [00:05:52;28] [00:05:54;10] Houdini se tornou parte da gaiola que o prendia. [00:05:58;11] [00:06:02;13] Ele adentra a cela. Tranca-se os veículos. [00:06:06;19] [00:06:07;11] Ele dirige a tranca. E se torna parte dela. [00:06:12;07] [00:06:15;21] As paredes que aprisionam seu corpo, se abrem. [00:06:19;22] [00:06:20;02] Senhoras e senhores! Apresento, para sua alegria e divertimento [00:06:24;16] [00:06:24;25] o rei das algemas, o mestre dos mestres, Harry Houdini. [00:06:30;14] [00:06:31;10] Direto para vocês. A última história! [00:06:34;28] [00:06:35;06] A história incrível do homem que fez do impossível, possível. [00:06:39;08] [00:06:44;04] De uma forma a capacidade, [00:06:47;22] [00:06:47;29] assim, de novo, superar uma força física, [00:06:51;19] [00:06:51;28] por inteligência, por um pensamento, por uma reflexão, [00:06:57;07] [00:06:57;17] por uma disciplina, isso é algo extremamente atraente, [00:07:02;13] [00:07:02;23] por um lado, mas também altamente ancorado [00:07:06;11] [00:07:06;20] na ideia do exercício físico. Acho que isso é algo, [00:07:09;21] [00:07:11;14] que fala de um empoderamento, e esse empoderamento é algo que acho [00:07:16;11] [00:07:16;24] que faz tanto faz parte de uma ideia [00:07:20;20] [00:07:22;05] de quase contorcionista mágica do Houdini, quanto atlética, [00:07:27;17] [00:07:28;09] assim, esportiva, no campo do atletismo, quanto na arte, [00:07:33;23] [00:07:34;02] a ideia do empoderamento sendo algo um exercício constante, [00:07:38;09] [00:07:39;08] isso é uma disciplina de exercer [00:07:42;16] [00:07:42;23] essas práticas o tempo inteiro [00:07:46;01] [00:07:46;15] é algo que eu acho que o Matthew Barney consegue trazer para dentro da obra [00:07:50;25] [00:07:51;02] de uma forma muito potente. [00:07:53;16] [00:07:54;11] ? [00:07:59;03] [00:08:04;28] ? [00:08:09;23] [00:08:18;11] ? [00:08:23;22] [00:08:28;16] ? [00:08:33;17] [00:08:39;20] ? [00:08:44;19] [00:08:49;29] ? [00:08:55;01] [00:08:59;28] Dentro da trajetória de Barney, tem esse grande projeto, que são os 5 filmes, [00:09:05;06] [00:09:05;20] cinco Cremasters, que foram feitos [00:09:08;11] [00:09:08;18] entre o meio dos anos 90 até 2002. [00:09:13;00] [00:09:13;12] É uma obra extremamente complexa, onde o Matthew Barney tanto... [00:09:19;04] [00:09:20;13] performa, escultor, diretor de filmes, roteirista, [00:09:25;20] [00:09:26;06] essa ideia de uma obra completa, [00:09:30;19] [00:09:31;14] e muito minuciosamente dirigida, [00:09:34;13] [00:09:35;05] é extremamente presente nos Cremasters. [00:09:38;02] [00:09:39;03] Ele cria, nesse contexto, ele cria numerologias, [00:09:43;12] [00:09:43;22] metodologias, formas de falar de materiais, ele inventa figuras [00:09:48;26] [00:09:49;07] que aparecem e reaparecem em um filme para o outro. [00:09:52;09] [00:09:52;25] Ele, enfim... é um cosmo de significados [00:09:58;06] [00:09:58;19] e de linguagens extremamente rico, eu acho, algo [00:10:02;26] [00:10:05;05] numa potência quase, totalmente incomum entre artistas, [00:10:09;29] [00:10:10;10] porque ele começou a trabalhar com isso extremamente jovem. [00:10:13;25] [00:10:14;08] Acho que eu sinto que... [00:10:16;27] [00:10:18;22] essa é a natureza da... [00:10:21;12] [00:10:26;08] linguagem das esculturas, [00:10:28;15] [00:10:29;08] que está tentando contar um tipo de narrativa ou história. [00:10:33;27] [00:10:34;09] Mas em ritmo bem lento. E... [00:10:38;05] [00:10:39;14] ...dessa forma, me sinto bem confiante [00:10:42;06] [00:10:44;28] de que a história irá fazer sentido. Mas acho que vai levar anos e anos. [00:10:48;29] [00:10:49;19] Então, acho que vou fazer 3 aqui. [00:10:52;12] [00:10:52;22] E outros dois maiores aqui. [00:10:56;00] [00:10:56;23] E, quem sabe, um menor no meio. [00:11:00;04] [00:11:00;12] - No total, seriam 5. - Certo, certo. [00:11:02;27] [00:11:03;07] E acho que quero a mesma coisa para a Elaine. [00:11:06;26] [00:11:07;16] Resumindo, deve ser uma coisa bem aqui no alto. [00:11:10;27] [00:11:11;07] E vai ficar parecido com a forma dela, bem estético. [00:11:14;08] [00:11:14;15] Certo. [00:11:16;00] [00:11:16;11] Os elementos dos personagens [00:11:18;17] [00:11:20;22] de um grande organismo é [00:11:22;26] [00:11:23;25] como passar por um processo de amadurecimento. [00:11:28;13] [00:11:32;08] Esse teve quase 8 anos e, dessa forma, [00:11:35;20] [00:11:38;28] os personagens estão sempre em contato uns com os outros, [00:11:42;13] [00:11:42;27] pois eles descrevem o mesmo organismo. [00:11:45;07] [00:11:46;02] E, de peça em peça, se tem todo o projeto. [00:11:50;01] [00:11:52;13] ? [00:11:58;09] [00:12:06;00] [Som de aplausos e assobios] [00:12:10;16] [00:12:12;08] Ele fez um desfile, a primeira retrospectiva dele foi em Roterdã, [00:12:17;18] [00:12:17;25] e ele fez um desfile dos personagens, e eu [00:12:21;04] [00:12:22;19] estava em turnê na Europa, planejei em assistir esse desfile. [00:12:27;08] [00:12:28;03] Eu estava mesmo desejando sair desse [00:12:32;26] [00:12:34;11] padrão de fazer um filme [00:12:39;22] [00:12:41;10] desenhando os objetos da narrativa. [00:12:44;14] [00:12:46;11] Eu me senti como se estivesse no fim daquele experimento. [00:12:49;18] [00:12:51;26] Então, o Lindsay chegou e [00:12:56;02] [00:12:56;15] sugeriu que fossemos juntos a um carnaval, [00:13:00;27] [00:13:01;07] assistir e ver o que se podia sair disso. [00:13:06;18] [00:13:07;02] Foi na época em que eu estava muito envolvido com o carnaval em Salvador, [00:13:10;06] [00:13:10;16] aí surgiu a ideia de a gente fazer alguma coisa lá, [00:13:13;18] [00:13:14;00] e aí eu convidei ele para passar um carnaval comigo lá [00:13:18;13] [00:13:18;25] e eu comecei passar informação para ele. [00:13:22;24] [00:13:23;04] O que me agradou foi o caos. [00:13:26;20] [00:13:28;19] Diferentemente do carnaval do Rio, o carnaval da Bahia [00:13:32;14] [00:13:32;29] é uma festa de rua. As pessoas andam com os trios [00:13:37;08] [00:13:38;07] e, estando dentro ou fora do abadá, você é parte desse grande organismo. [00:13:42;19] [00:13:44;17] Não tem um conceito de restrição [00:13:47;27] [00:13:48;16] o que muito me agrada, entrar nesse ambiente [00:13:52;27] [00:13:53;07] e fazer algo com aquilo... é orgânico, uma natureza caótica. [00:13:58;22] [00:13:59;11] Decidimos que iríamos fazer um desfile juntos, [00:14:03;19] [00:14:03;29] o desfile foi uma colaboração, o filme foi ele que fez. [00:14:07;09] [00:14:07;20] ? [00:14:12;23] [00:14:19;05] ? [00:14:24;07] [00:14:30;23] ? [00:14:36;12] [00:14:44;17] ? [00:14:49;29] [00:14:54;29] ? [00:15:00;04] [00:15:04;14] ? [00:15:09;26] [00:15:14;29] ? [00:15:20;03] [00:15:27;00] Umas das coisas que eu adoro das performances do Matthew, [00:15:29;21] [00:15:29;29] é que tem... geralmente eles têm [00:15:32;27] [00:15:33;26] um ritmo ditado por uma coisa no tempo real, sabe? [00:15:39;10] [00:15:39;20] Então, tem aquela... eu não me lembro de qual é dos Cremasters, [00:15:44;04] [00:15:44;12] mas se passa em Budapeste, [00:15:47;24] [00:15:48;04] tem Houdini, tem Ursula Andress, eu acho, é a atriz. [00:15:52;19] [00:15:53;04] E o tempo do filme é determinado por uma volta que o Matthew dá no proscênio do teatro, [00:15:58;27] [00:15:59;20] então, esse tempo que ele levou para subir, atravessar e descer [00:16:03;08] [00:16:03;20] é o tempo do filme, entendeu? Então, essa coisa de um desfile de carnaval [00:16:08;11] [00:16:08;21] que demora horas e horas, é imprevisível, [00:16:12;16] [00:16:13;19] mas é um tempo extenso, sabe? [00:16:17;24] [00:16:18;05] E a sua atenção, ela varia, você fica muito concentrado, [00:16:22;10] [00:16:22;21] você perde a concentração completamente, tem momentos de [00:16:26;00] [00:16:26;23] êxtase, de gozo, e momentos chatos, de espera, [00:16:32;08] [00:16:32;23] e outros momentos vazios, quer dizer, no sentido... [00:16:38;08] [00:16:40;19] belo, no sentido bom da palavra vazia, sabe? [00:16:43;25] [00:16:45;17] Então, isso tem a ver com o trabalho dele, e com a minha música, é uma coisa que eu acho. [00:16:49;29] [00:16:50;17] ? [00:16:54;10] [00:16:57;21] ? [00:17:02;13] [00:17:04;24] ? [00:17:09;09] [00:17:15;03] ? [00:17:19;08] [00:17:24;06] ? [00:17:29;03] [00:17:34;07] ? [00:17:38;26] [00:17:41;24] ? [00:17:46;13] [00:17:53;05] ? [00:17:58;13] [00:18:06;20] ? [00:18:11;15] [00:18:22;05] ? [00:18:27;10] [00:18:37;22] ? [00:18:41;17] [00:19:05;05] ? [00:19:10;06] [00:19:18;02] [Som de máquina mexendo e pingos de água] [00:19:22;24] [00:19:30;13] [Som de máquina mexendo e pingos de água] [00:19:34;28] [00:19:45;23] [Som de máquina mexendo e pingos de água] [00:19:51;19] [00:20:42;19] Na performance na Bahia, em 2004, [00:20:45;24] [00:20:46;03] teve essa figura que vivia dentro da máquina, [00:20:48;23] [00:20:49;01] então, a ideia de ser um "homem máquina", [00:20:52;12] [00:20:53;17] que de tanto ser atraído pela máquina parece, tem... [00:20:59;15] [00:21:01;27] quase um relacionamento amoroso com a própria máquina, erótico pelo menos, [00:21:06;25] [00:21:07;02] mas talvez ele é a própria máquina, [00:21:09;18] [00:21:10;01] talvez ele é a força destruidora, e a força, [00:21:15;15] [00:21:16;28] a potência que move a máquina. [00:21:20;07] [00:21:21;03] [Som de trator se movendo] [00:21:26;07] [00:21:35;25] [Sons diversos] [00:21:41;00] [00:21:47;22] ? [00:21:52;18] [00:21:53;00] ? [00:21:58;02] [00:22:08;07] ? [00:22:13;02] [00:22:22;21] ? [00:22:27;06] [00:22:35;18] ? [00:22:40;23] [00:22:50;19] ? [00:22:54;12] [00:22:55;23] ? [00:23:00;22] [00:23:06;19] ? [00:23:10;21] [00:23:13;21] O universo baiano digamos assim, [00:23:16;04] [00:23:18;20] a cosmologia do candomblé, várias atitudes [00:23:22;29] [00:23:28;23] combinaram muito bem com o trabalho do Matthew. [00:23:30;18] [00:23:30;29] Eu acho que é uma temática que perpassa por todo o trabalho. [00:23:36;17] [00:23:38;05] E acho que... [00:23:39;22] [00:23:40;25] se você conseguir... imaginar [00:23:46;06] [00:23:48;14] algum tipo de extração dessas temáticas [00:23:52;11] [00:23:52;19] até um ponto mais essencial, [00:23:55;25] [00:23:58;19] eu diria que esse ponto tem a ver com o processo criativo, [00:24:04;14] [00:24:05;08] com um mapeamento do meu próprio processo. [00:24:09;08] [00:24:09;15] E, às vezes, ir a lugares diferentes [00:24:13;19] [00:24:14;01] e outras culturas e tentar encontrar os sistemas de crenças [00:24:18;22] [00:24:19;16] que estejam alinhados com meu interesse [00:24:23;05] [00:24:23;20] nas dualidades, multiplicidades. O candomblé, por exemplo, é, definitivamente, um desses [00:24:29;09] [00:24:29;29] há um sistema de deuses que nunca representam [00:24:34;02] [00:24:34;11] uma coisa só. Representam uma dicotomia. [00:24:38;15] [00:24:41;15] E isso cria algum tipo de complexidade em termos de equilíbrio. [00:24:46;03] [00:24:46;10] O equilíbrio não é uma questão de... [00:24:49;12] [00:24:49;22] não é necessariamente binário. É uma questão de criar um equilíbrio [00:24:53;09] [00:24:53;17] nesta grande constelação de forças. [00:24:55;26] [00:24:56;08] Eu acho que tem uma coisa bonita, muito presente na obra De Lama Lâmina [00:25:01;06] [00:25:01;15] o tempo inteiro, que são as duas forças divinas, [00:25:06;27] [00:25:07;20] que estão meio que representados no trabalho, [00:25:10;11] [00:25:10;19] que eles não são ruins ou bons, [00:25:14;17] [00:25:15;00] eles sempre são uma ideia [00:25:19;19] [00:25:20;18] de duas forças contraditórios e complementares. [00:25:24;26] [00:25:25;21] E essa contradição de avanço, tecnologia, [00:25:30;07] [00:25:33;13] inteligência, ferramentas, [00:25:36;27] [00:25:37;06] lida também... chega na guerra e na destruição. [00:25:41;13] [00:25:42;03] E a ideia da natureza, a preservação [00:25:45;08] [00:25:45;17] também chega no momento de catástrofes naturais, [00:25:49;27] [00:25:50;16] forças físicas além do nosso imaginável e etc. [00:25:55;11] [00:25:56;07] Certamente, a obra tem uma força organizada [00:26:01;13] [00:26:04;04] pois eu quis criar uma relação entre esses dois personagens [00:26:10;04] [00:26:10;12] no trio, ou sobre o trio. [00:26:13;14] [00:26:14;03] Eu estaria embaixo do trator e o outro, no topo da árvore. E... [00:26:18;16] [00:26:23;07] O personagem embaixo do trator, eu queria que ele fosse [00:26:27;18] [00:26:31;12] de alguma forma, parte da máquina. [00:26:34;05] [00:26:35;06] E, assim, o deus Ogum [00:26:37;12] [00:26:40;05] acabou sendo um modo interessante de pensar nesse personagem. [00:26:45;05] [00:26:45;11] E, também, olhar [00:26:47;19] [00:26:49;16] para uma escultura medieval de um homem verde. [00:26:53;22] [00:26:56;29] Um homem, parte vegetal e parte humano. [00:27:00;22] [00:27:01;02] E aí, temos o Ogum [00:27:02;24] [00:27:07;06] como o desenvolvedor do ferro, o criador do ferro. [00:27:11;05] [00:27:11;27] Ele desenvolveu a faca, [00:27:14;00] [00:27:16;22] a lâmina que corta a floresta e cria a civilização. [00:27:20;20] [00:27:21;01] Ele, também, desenvolve o ferro que faz as armas de fogo [00:27:24;06] [00:27:26;21] que começa a destruir a civilização, de algum jeito. [00:27:29;16] [00:27:29;29] Ou o desenvolvimento da tecnologia. [00:27:32;22] [00:27:34;20] Então, ele existe entre o espectro [00:27:38;13] [00:27:40;14] e a criação das esculturas. Eu acho que ele é um tipo de... [00:27:44;27] [00:27:49;03] de forma rudimentar, ele é um deus da fertilidade [00:27:52;16] [00:27:52;26] e, de uma maneira mais complicada, [00:27:55;07] [00:27:55;15] ele também representa o desenvolvimento [00:27:58;01] [00:27:59;02] e, como um deus, me chama muito a atenção. [00:28:01;25] [00:28:02;15] [Sons de máquinas] [00:28:07;00] [00:28:14;19] [Sons de máquinas] [00:28:18;24] [00:28:28;26] [Sons de máquinas] [00:28:33;21] [00:28:43;09] [Sons de máquinas] [00:28:47;28] [00:28:56;23] [Sons de máquinas] [00:29:00;14] [00:29:01;27] ? [00:29:06;29] [00:29:13;15] ? [00:29:17;27] [00:29:31;29] [Sons de instrumentos de percussão] [00:29:37;04] [00:29:44;28] [Sons de instrumentos de percussão] [00:29:49;03] [00:29:52;04] [Sons de instrumentos de percussão] [00:29:57;06] [00:30:06;01] [Sons de instrumentos de percussão] [00:30:10;24] [00:30:18;22] [Sons de máquinas] [00:30:23;27] [00:30:32;16] [Sons de instrumentos de percussão] [00:30:37;23] [00:30:41;21] Também é interessante o deus Ossanha [00:30:45;24] [00:30:48;05] e a possibilidade de posicionar esse personagem [00:30:50;16] [00:30:50;25] no topo da árvore que foi arrancada do chão [00:30:54;06] [00:30:56;08] alinhando-o com a história de Julia Butterfly Hill, [00:31:01;03] [00:31:02;14] uma ativista, que morou no alto de uma árvore. [00:31:06;17] [00:31:08;08] Era uma árvore antiga da Califórnia [00:31:12;19] [00:31:13;03] que estava sob ameaça de ser cortada. E ela subiu na árvore e se recusou a descer. [00:31:17;02] [00:31:17;23] Então... [00:31:19;05] [00:31:19;20] esse protesto para salvar a árvore... [00:31:23;06] [00:31:27;00] então... [00:31:28;16] [00:31:31;27] eu acho que, no fim das contas, a floresta foi perdida [00:31:37;05] [00:31:38;24] cortaram tudo mesmo, mas ela conseguiu salvar aquela árvore. [00:31:42;09] [00:31:42;25] ? [00:31:48;07] [00:31:53;13] ? [00:31:58;12] [00:32:02;20] ? [00:32:07;27] [00:32:11;05] ? [00:32:16;00] [00:32:28;04] ? [00:32:33;02] [00:32:38;06] ? [00:32:43;13] [00:33:00;28] ? [00:33:06;19] [00:33:14;12] ? [00:33:19;11] [00:33:32;10] ? [00:33:36;22] [00:33:48;22] ? [00:33:53;07] [00:33:54;09] ? [00:33:59;12] [00:34:16;02] ? [00:34:21;04] [00:34:29;23] [Som de pássaros] [00:34:35;04] [00:34:45;04] [Som de pássaros] [00:34:50;13] [00:34:58;05] [Som de pássaros] [00:35:03;14] [00:35:13;17] O projeto do Matthew Barney aconteceu por meio de um projeto em que ele colaborou [00:35:18;05] [00:35:18;15] com o músico Arto Lindsay [00:35:22;11] [00:35:22;23] no carnaval da Bahia, há muitos anos. [00:35:26;18] [00:35:27;15] E para esse evento, Matthew criou o alegórico [00:35:30;23] [00:35:31;03] usando um trator. E, na frente do carro [00:35:35;01] [00:35:35;10] havia essa árvore que estava conectada a terra. [00:35:37;14] [00:35:37;22] Era sobre o desmatamento e, embaixo do trator tinha um tipo bem [00:35:42;15] [00:35:42;25] diferente de apresentação que estava sendo encenada ao mesmo tempo [00:35:45;11] [00:35:45;23] em que acontecia o carnaval ao redor do carro alegórico. [00:35:50;05] [00:35:50;14] Na frente do carro alegórico e ao redor dele. [00:35:52;13] [00:35:52;23] E, quando acabou, [00:35:53;29] [00:35:55;29] ele teve essa ideia de colocar as esculturas e fazer algo mais permanente. [00:35:58;19] [00:35:59;00] Ele sentiu que como a obra tinha sido inspirada pelo [00:36:03;21] [00:36:04;01] carnaval e por ela ser, especificamente, sobre Ogum [00:36:08;08] [00:36:08;16] o Deus do ferro e da guerra. [00:36:09;28] [00:36:11;23] O que faria mais sentindo no Brasil que em qualquer outro lugar. [00:36:12;25] [00:36:14;10] Já que fazia parte do processo religioso brasileiro. [00:36:16;21] [00:36:16;27] [Som do motor do trator] [00:36:22;04] [00:36:31;11] [Som do motor do trator] [00:36:36;17] [00:36:43;19] O caminhão da floresta faz a trilha. [00:36:48;04] [00:36:48;23] Eu fiquei interessado nisso, como um trabalho de escultura [00:36:52;28] [00:36:53;08] seguindo uma sequência. [00:36:55;01] [00:36:56;16] E quando eu comecei a conversa em Inhotim [00:37:01;11] [00:37:01;21] se tornou a maneira mais lógica [00:37:07;05] [00:37:07;15] de trabalhar naquele local. [00:37:09;14] [00:37:10;06] Para conseguir que De Lama Lâmina estivesse [00:37:14;21] [00:37:15;10] as mesmas especificidades que a intervenção na Bahia com uma... [00:37:20;25] [00:37:22;14] peça de reflorestamento de eucalipto [00:37:26;17] [00:37:29;04] em Inhotim. [00:37:30;29] [00:37:31;07] Então, quando o Matthew Barney foi convidado, [00:37:34;20] [00:37:36;23] para instalar o De Lama Lâmina permanentemente, [00:37:40;03] [00:37:40;17] foi um desejo dele: "Então, seria interessante achar uma floresta 'reflorestada, [00:37:46;11] [00:37:48;28] de preferência de eucaliptos. Nós falamos "isso nós temos, então, vem para cá". [00:37:52;29] [00:37:53;28] [Som dos pássaros] [00:37:58;27] [00:38:02;10] [Som de ferramentas] [00:38:07;06] [00:38:08;28] [Som de ferramentas batendo no ferro] [00:38:13;02] [00:38:13;11] Me agradou muito essa proposta de colocar a peça [00:38:17;15] [00:38:18;27] no meio dos eucaliptos, [00:38:20;27] [00:38:21;16] sabendo que precisariam remover as árvores para construir a estrutura. [00:38:26;27] [00:38:28;29] Mas se tornou interessante como retiramos as árvores [00:38:32;26] [00:38:33;04] mas as colocamos ao redor e na lateral [00:38:35;20] [00:38:38;13] como parte a instalação. [00:38:40;03] [00:38:40;14] E ele escolheu um lugar onde se cortava 7 árvores, [00:38:44;07] [00:38:45;29] seguindo uma certa numerologia, [00:38:48;02] [00:38:49;27] do pensamento do próprio Matthew Barney. Vamos cortar 7 árvores, [00:38:53;21] [00:38:54;02] e criar um espaço grande suficiente [00:38:57;07] [00:38:57;17] para construir aquela geodésica. [00:39:01;16] [00:39:02;17] É foi feito assim, as árvores foram cortadas e ficaram no próprio lugar, [00:39:06;04] [00:39:07;00] então, isso também em fotografias mais antigas, em 2009, em 2010, [00:39:11;12] [00:39:11;22] quando o trabalho foi montado ainda dava para ver, que tinha as árvores, [00:39:14;29] [00:39:15;09] 7 troncos meio caídos, que agora já a mata já fechou. [00:39:20;04] [00:39:21;05] Então, isso, eu acho extremamente interessante porque faz parte da construção [00:39:25;23] [00:39:26;02] do próprio trabalho, a destruição dessa floresta [00:39:28;22] [00:39:29;01] para criar um espaço suficiente para essa obra. [00:39:32;14] [00:39:32;28] [Som do motor do trator] [00:39:37;07] [00:39:40;16] [Som do motor do trator] [00:39:45;05] [00:39:45;20] [Som do motor do trator] [00:39:49;14] [00:39:49;20] Ter o tempo e o espaço [00:39:52;04] [00:39:52;21] para desenvolver uma coisa assim é raro. [00:39:55;21] [00:39:56;23] E acho que o tempo foi importante [00:39:59;23] [00:40:00;15] como uma forma de encontrar as oportunidades naquele lugar [00:40:06;03] [00:40:09;28] e, ainda, como traduzir o material que tínhamos [00:40:14;18] [00:40:14;26] do carnaval em uma instalação. [00:40:17;21] [00:40:18;13] O que era uma coisa muito de fazer um plano e realizar, [00:40:22;13] [00:40:22;23] acho que foi um processo muito mais complexo, ele veio várias vezes, [00:40:26;13] [00:40:27;00] trabalhou direto com a nossa equipe técnica [00:40:31;22] [00:40:32;17] mandou assistentes dele por 9 meses [00:40:37;08] [00:40:37;15] para trabalhar na escultura. [00:40:40;06] [00:40:40;13] [Barulho de lixadeira] [00:40:41;23] [00:40:42;00] - Já acabou? - Ainda não. Quase. [00:40:44;25] [00:40:47;10] - Você vai cobrir tudo? - Não. Só onde dá para ver. [00:40:51;29] [00:40:52;09] Só esse lado aqui? [00:40:54;16] [00:40:56;11] Amanhã eu já termino. [00:40:58;09] [00:40:58;17] Houve uma hora em que percebi [00:41:01;03] [00:41:02;08] que o trator nunca mais ia funcionar. [00:41:04;28] [00:41:06;27] E a gente iria colocá-lo na posição dele e pronto. [00:41:10;12] [00:41:11;25] E achei que isso precisava ser [00:41:15;04] [00:41:18;28] comemorado, de algum jeito. Então, [00:41:22;18] [00:41:24;11] fizemos um ato em que cada um dos operários que trabalhou na instalação [00:41:29;13] [00:41:29;22] e alguns dos organizadores de Inhotim, [00:41:32;25] [00:41:33;14] todos eles escreveram os nomes em um facão e nós os mergulhamos [00:41:38;13] [00:41:39;08] na lama dali. Todos os facões foram colocados na cabine [00:41:44;03] [00:41:44;18] e durante todo o tempo o motor estava funcionando [00:41:47;01] [00:41:47;17] e, então, pela última vez, nós desligamos o motor [00:41:50;20] [00:41:51;00] e jogamos as chaves para dentro da floresta, [00:41:53;29] [00:41:56;01] e essa foi a última vez que o tratou funcionou. [00:41:58;24] [00:42:01;23] Estou muito interessado em como os objetos [00:42:05;19] [00:42:08;13] podem mudar de natureza [00:42:12;22] [00:42:13;02] de emoção, quando eles passam [00:42:17;01] [00:42:19;12] por um ato. E... [00:42:22;21] [00:42:24;10] E acho que, [00:42:26;10] [00:42:26;26] de um jeito ou de outro essa foi a minha intenção desde o início [00:42:31;02] [00:42:31;12] ativar objetos através do ato. [00:42:34;29] [00:42:37;12] Em alguns projetos isso se tornou mais evidente [00:42:40;02] [00:42:40;12] e os atos não foram testemunhados [00:42:43;05] [00:42:44;14] e, em outros casos, foram. [00:42:47;06] [00:42:48;24] E isso gera diferenças, é claro. [00:42:51;07] [00:42:52;05] Quando há testemunhas o objeto carrega [00:42:55;14] [00:42:56;03] um tipo diferente de emoção. [00:42:59;03] [00:43:00;04] Mas... [00:43:01;28] [00:43:06;25] acho que estou interessado no todo [00:43:09;11] [00:43:13;18] nas diferentes formas de ativar os objetos [00:43:17;04] [00:43:17;24] e criar esculturas fora dessa narrativa. [00:43:23;01] [00:43:24;04] [Barulho de ferramentas batendo] [00:43:28;10] [00:43:33;08] [Barulho de secadora] [00:43:38;15] [00:43:42;01] [Barulho de secadora] [00:43:45;19] [00:43:48;05] [Barulho de ferramentas batendo] [00:43:51;20] [00:43:51;27] Aquele material é um protótipo de plástico [00:43:55;12] [00:43:55;22] do tipo polipropileno que pertence à uma família de plásticos [00:44:01;14] [00:44:03;17] que eu uso. E acho que sempre escolho esse tipo [00:44:07;15] [00:44:07;23] por trazerem uma forma mais concreta [00:44:11;15] [00:44:12;27] para lógica híbrida [00:44:17;02] [00:44:17;12] da narrativa. [00:44:19;23] [00:44:20;04] Não é uma coisa ou outra, mas está no meio de ambas. [00:44:23;28] [00:44:24;06] E acho que essa noção de hibridismo [00:44:26;28] [00:44:31;15] no meu modo de ver foi possível graças a instalação. [00:44:35;27] [00:44:36;26] Traduzir a árvore de verdade na realidade [00:44:42;01] [00:44:43;21] do ato na Bahia nessa [00:44:46;06] [00:44:46;14] espécie de hibridismo sintético [00:44:50;25] [00:44:51;11] dos vários elementos da narrativa em uma única escultura. [00:44:54;14] [00:44:55;09] Diferente dos outros, sempre foram produzidos muitos objetos [00:44:59;20] [00:45:00;13] para os Cremasters. [00:45:02;05] [00:45:02;22] E para é uma vida vamos dizer um pouco mais museológica, [00:45:06;24] [00:45:08;04] esses objetos foram criados, foram usados para o filme [00:45:12;03] [00:45:12;13] e foram introduzidos no contexto histórico, museu, [00:45:16;05] [00:45:16;15] às vezes com filmes, às vezes como objetos mesmos [00:45:20;02] [00:45:20;12] tinha uma vida um pouco independente do próprio filme. [00:45:23;10] [00:45:23;29] ? [00:45:29;10] [00:45:34;18] Inhotim é um pouco contrário, os objetos que são partes do filme, [00:45:38;13] [00:45:38;25] de repente se tornam protagonistas, de algo que não precisa o filme não é necessário [00:45:44;12] [00:45:45;24] para entender a esculturas. [00:45:48;04] [00:45:48;23] ? [00:45:54;08] [00:46:02;04] ? [00:46:07;22] [00:46:16;23] ? [00:46:21;14] [00:46:28;06] Ele também tinha essa ideia de que a árvore [00:46:31;11] [00:46:31;24] poderia ser moldada em outro material, [00:46:33;27] [00:46:34;12] ficar abrigada em um domo geodésico. Ele ainda teve a ideia de que não seria capaz [00:46:38;17] [00:46:38;28] de ver dentro da construção, mas que ela refletiria a natureza ao redor. [00:46:41;22] [00:46:42;02] Mas que seria possível, uma vez dentro do domo, ver ao redor. [00:46:45;24] [00:46:46;02] E a pessoa sentiria que está no meio da mata. [00:46:48;04] [00:46:48;15] Eu queria que o pavilhão [00:46:52;14] [00:46:53;23] tivesse um tom avermelhado. [00:46:56;01] [00:46:56;29] Que fosse, de alguma maneira, uma casa para [00:47:02;05] [00:47:03;19] o trator. E que, ao mesmo tempo, tudo tivesse significação. [00:47:08;12] [00:47:08;24] A ideia do domo foi dele. [00:47:11;06] [00:47:11;17] Ele achava que trabalhar com esse tipo de invenção de matemática [00:47:15;14] [00:47:16;03] pura da era moderna era significativo. [00:47:18;10] [00:47:18;20] Um projeto como esse parte da imaginação do próprio artista, [00:47:22;21] [00:47:23;05] ideia de duas geodésicas, [00:47:25;27] [00:47:27;06] que cria um ambiente em que você estando dentro [00:47:29;25] [00:47:30;04] você está no meio de uma floresta e se você está vendo de fora, [00:47:33;13] [00:47:33;20] você está totalmente em uma área fechada, [00:47:36;29] [00:47:37;13] que você não entende o que tem lá dentro. [00:47:40;04] [00:47:40;14] Então, essa ideia de... essa imagem foi criada na cabeça do artista. [00:47:45;09] [00:47:46;25] [Sons de pássaros] [00:47:52;17] [00:47:56;04] A sensação de estar dentro dessa cultura de eucalipto [00:48:02;02] [00:48:06;05] é uma parte importante do entendimento da obra. [00:48:09;15] [00:48:11;10] E para começar a trabalhar com essa [00:48:14;02] [00:48:16;04] superfície espelhada que [00:48:18;20] [00:48:19;25] possibilitariam uma aproximação entre a estrutura [00:48:23;24] [00:48:24;05] e o fato de não se ver lá dentro. [00:48:26;12] [00:48:26;23] Mas, uma vez lá dentro, é possível ver os eucaliptos. [00:48:31;03] [00:48:32;02] Eu pensei em como o elefante [00:48:34;22] [00:48:36;21] de circo se equilibra em um pé só [00:48:39;07] [00:48:39;17] e como há uma qualidade animalesca naquele trator. [00:48:44;08] [00:48:45;01] Mas não é como o elefante. E ... [00:48:47;27] [00:48:49;10] é claro que as peças têm muito a ver com o equilíbrio e desequilíbrio. [00:48:53;00] [00:48:55;15] O potencial para cair ou... [00:48:58;08] [00:48:59;04] o sentimento quase confortável de estar um pouco fora do equilíbrio. [00:49:02;16] [00:49:04;14] Quem segura quem? O trator segura a árvore, [00:49:08;27] [00:49:09;15] mas quem está fora de balanço é o trator, não a árvore. [00:49:13;27] [00:49:14;24] Então, é um trabalho que, sim, fala da relação [00:49:19;03] [00:49:20;04] de tecnologia, de desenvolvimento com o meio ambiente, [00:49:23;05] [00:49:23;15] mas ele fala exatamente sobre essas contradições. [00:49:26;17] [00:49:29;08] Ambiguidades que são bem mais complexos do que só um julgamento. [00:49:34;14] [00:49:35;06] ? [00:49:39;28] [00:49:48;07] ? [00:49:52;02] [00:49:53;14] ? [00:49:58;16]