• Project: • Original Title: • Translated Title: MCC CEA 708 Closed Captions • Translator: No Author • Language: English • Subtitles: 438 • Words: 3414 • Comment: • Client: • Creation Date: 15. Aug. 2018 • Revision: • Revision Date: 15. Aug. 2018 • Media File: No Media • Format: 29.97 NTSC DF • Offset: 00:00:00:00 [00:00:27;09] ? [00:00:29;17] [00:01:11;08] [Motor trabalhando] [00:01:14;07] [00:02:34;04] [Falas inaudíveis] [00:02:37;03] [00:05:17;10] Adoro jogar essas vigas no cimento. [00:05:19;28] [00:05:20;08] É muito divertido. [00:05:22;17] [00:05:23;29] Eu faria de novo. [00:05:25;22] [00:05:25;29] Não é uma coisa única. É como um... [00:05:29;03] [00:05:29;11] Seria como um pintor que só faz uma pintura. [00:05:32;03] [00:05:32;12] Para mim, as vigas de aço são como pintura. [00:05:35;03] [00:05:35;12] E eu faria de novo porque o resultado sempre seria diferente. [00:05:39;10] [00:05:47;11] ? [00:05:51;08] [00:06:55;01] A "Beam Drop" acho que foi uma experiência única [00:06:58;16] [00:06:58;23] na trajetória de Inhotim até hoje. [00:07:01;06] [00:07:01;15] Foi um caso de um trabalho que existiu, [00:07:04;17] [00:07:04;25] ele foi feito em 1984, perto de Nova York, [00:07:11;05] [00:07:11;17] e por três anos a escultura ficou lá e depois foi destruída. [00:07:15;03] [00:07:15;15] E o trabalho tem esse ingrediente épico, [00:07:17;21] [00:07:18;05] então, assim, ter escolhido o alto de uma montanha foi uma coisa muito importante. [00:07:21;19] [00:07:26;25] De 1987 até 2008, que foi quando a gente fez a peça, [00:07:30;10] [00:07:30;19] esse trabalho não existiu. Sobreviveu, assim, [00:07:32;13] [00:07:32;23] por meio de documentos, fotos, um filme que foi feito na época, [00:07:36;23] [00:07:37;02] mas a escultura em si desapareceu, deixou de existir. [00:07:41;15] [00:07:41;22] Então, para nós foi um processo, assim, [00:07:44;01] [00:07:44;08] muito especial trabalhar com o Chris Burden [00:07:49;00] [00:07:49;10] para recuperar uma escultura, refazer uma escultura tão importante [00:07:54;07] [00:07:54;17] na trajetória dele, na história da escultura contemporânea, [00:07:58;29] [00:07:59;14] e a gente foi procurar um lugar que tivesse uma ressonância especial para a escultura. [00:08:04;03] [00:08:04;13] E a gente encontrou aqui próxima a essa área de fazenda, [00:08:07;14] [00:08:07;23] no alto de um morro, um lugar privilegiado em relação à vista, [00:08:12;02] [00:08:12;17] em relação à localização, muito próximo da área que hoje é visitada pelo museu [00:08:17;23] [00:08:18;07] e ao mesmo tempo muito isolado em termos, assim, com uma atmosfera muito diferente. [00:08:24;05] [00:08:25;16] [Máquina trabalhando] [00:08:29;15] [00:08:31;25] Isso, e larga a viga. Olha lá. [00:08:35;29] [00:08:41;05] Tá vendo? Uma do lado da outra. [00:08:43;14] [00:08:43;21] Vai ter o guindaste. Sobe a viga. [00:08:46;23] [00:08:51;09] Organizar viga por viga, uma do ladinho da outra. [00:08:54;21] [00:08:54;29] As mais próximas do guindaste são as mais pesadas, [00:08:57;14] [00:08:57;22] as mais pra lá são as mais leves, [00:08:59;18] [00:08:59;28] e o buraco é aqui, olha, nessa marcação. Combinado? [00:09:05;00] [00:09:05;28] Algumas peças são trilhos de ferrovias, tem de tudo, cara. [00:09:11;17] [00:09:11;27] De todas as cores, tamanhos, então, é um trabalho de coleção, mesmo, [00:09:15;14] [00:09:15;20] de cada uma das peças. [00:09:17;20] [00:09:18;00] Garimpado cuidadosamente. Vários ferros-velhos em Belo Horizonte, [00:09:23;15] [00:09:23;24] empresas que trabalhavam com demolição de ponte. [00:09:27;07] [00:09:27;18] Sem muita definição, precisa de tamanho, forma e peso, [00:09:31;15] [00:09:31;23] apenas deveria ter uma medida mínima, [00:09:34;10] [00:09:34;19] uma espessura mínima e uma largura mínima cada uma das peças. [00:09:38;07] [00:09:38;17] Para o artista selecionar no dia da performance, [00:09:40;19] [00:09:40;27] ele vai escolher as mais interessantes [00:09:43;13] [00:09:43;26] e conforme a configuração que a peça vai tomando durante a performance, [00:09:47;21] [00:09:48;00] ele pode mudar a escolha dele aleatoriamente. [00:09:50;08] [00:09:52;22] É essa peça que vai tirar o sistema de segurança de funcionamento, [00:09:59;25] [00:10:01;04] e possibilitar o lançamento das vigas de uma altura de aproximadamente 40 metros. [00:10:07;15] [00:10:07;25] Isso fica preso, amarrado ao guincho do guindaste, [00:10:12;22] [00:10:13;03] o cabo de aço passa por aqui, vem por aqui [00:10:16;14] [00:10:16;24] e fica preso aqui. [00:10:19;07] [00:10:19;16] Quando a gente acionar a alavanca, isso daqui vai levantar [00:10:24;06] [00:10:24;16] e vai liberar... e a viga vai cair dessa altura de 40 metros [00:10:28;12] [00:10:28;18] e mergulhar no cimento. [00:10:30;12] [00:10:33;26] [Som do caminhão] [00:10:37;19] [00:10:56;22] [Betoneira trabalhando] [00:11:00;12] [00:11:54;08] Bernardo, você fica lá em cima. [00:11:59;02] [00:12:14;27] [Som do caminhão] [00:12:18;24] [00:12:47;10] [Conversas inaudíveis] [00:12:50;24] [00:13:13;08] É perigoso. [00:13:15;27] [00:13:28;14] As pessoas que estão puxando os cabos ou andando aqui. [00:13:31;06] [00:13:31;14] Parece que quando descem a colina... [00:13:34;14] [00:13:34;20] É um problema, entende? [00:13:36;08] [00:13:36;15] Se um homem ficar aqui em cima, puxando... [00:13:39;25] [00:13:40;03] Aqui. Não, sei. É um palpite. [00:13:42;18] [00:13:50;22] Vamos fazer um teste aqui a meia altura. [00:13:54;22] [00:14:19;09] A hora que puxa, faz torção na ferramenta. Isso é óbvio. [00:14:24;19] [00:14:26;13] Está fazendo pressão. [00:14:29;03] [00:14:51;06] Acho que ninguém nunca fez grandes esculturas de aço dessa maneira. [00:14:56;04] [00:14:56;14] De uma maneira como Jackson Pollock se expressava na pintura. [00:15:00;29] [00:15:01;05] Pintores usam tinta, [00:15:02;27] [00:15:03;05] mas eu queria usar grandes estruturas de aço. [00:15:06;18] [00:15:06;28] A maioria das pessoas que trabalham com aço grande são muito cuidadosas. [00:15:10;12] [00:15:10;23] Elas trabalham com mãos formalidade. [00:15:13;21] [00:15:13;27] E eu... [00:15:15;13] [00:15:15;24] Eu quis fazer o contrário. [00:15:17;23] [00:15:18;05] Usando as vidas de aço [00:15:20;27] [00:15:21;03] como se fossem... [00:15:22;27] [00:15:23;03] tinta, sabe? [00:15:25;07] [00:15:34;19] [Grito e aplausos] [00:15:37;21] [00:15:44;03] Só faltam mais 99. [00:15:45;15] [00:15:47;22] [Falas inaudíveis] [00:15:53;26] [00:16:04;10] Vá da esquerda para a direita, não me importa. [00:16:07;08] [00:16:07;22] Na mesma linha. [00:16:10;00] [00:16:10;19] Vamos tentar na direita. [00:16:12;29] [00:16:13;05] Pode ser? [00:16:14;27] [00:16:15;12] Vamos fazer as mais difícieis primeiro. [00:16:18;15] [00:16:22;01] Podemos ir? [00:16:24;04] [00:16:24;15] [Homem no rádio] Lucas, pode levantar a próxima? [00:16:27;02] [00:16:27;08] Está preparado, Gabriel? [00:16:29;15] [00:16:30;18] Fernanda, vai para a sua posição. [00:16:33;11] [00:16:38;28] [Gritos de alegria] [00:16:41;05] [00:16:42;16] Esse aqui é um pouco mais curto. [00:16:47;03] [00:16:52;20] [Grito, assovio e aplauso] [00:16:56;26] [00:17:04;29] Para ele ir até lá tinha que ter um pau apoiando. [00:17:11;17] [00:17:58;01] [Mulher] A viga é pequena? [Homem] Sim, vigas muito pequenas. [00:18:01;26] [00:18:02;16] Vigas finas. [00:18:04;13] [00:18:04;27] Isso ainda está longe de terminar. [00:18:08;02] [00:18:09;18] ? [00:18:12;20] [00:18:32;04] ? [00:18:34;19] [00:18:50;25] Tem algo muito especial deste fichário, [00:18:53;05] [00:18:53;13] que é o lugar que ele ocupa na história da arte [00:18:58;07] [00:18:58;16] e na história deste artista Chris Burden. [00:19:01;15] [00:19:06;16] Eu acho incrível ver ele tão jovem, eu ia falar isso. [00:19:09;18] [00:19:09;26] E pensar que é um registro do corpo do artista, [00:19:12;22] [00:19:13;00] porque eu conheci o Chris Burden já mais velho, assim, [00:19:15;17] [00:19:15;25] uns cinco anos, seis anos antes de ele morrer. [00:19:18;29] [00:19:19;09] É muito interessante ver esse registro dele como ser humano também, [00:19:23;08] [00:19:23;18] como uma pessoa que trabalhando com o corpo ele vai se modificando [00:19:27;01] [00:19:27;08] à medida que a obra dele vai se modificando. [00:19:30;11] [00:19:30;21] Isso é muito especial, ter um registro como esse. [00:19:34;08] [00:19:38;07] Em uma época que a performance está começando, né? [00:19:41;10] [00:19:41;21] A performance está começando a ser uma linguagem artística. [00:19:45;14] [00:19:46;10] Então, se a gente pensar que Five Day Locker Piece, [00:19:51;09] [00:19:51;24] que é uma peça bastante famosa dele que ele fez enquanto ele era estudante da universidade, [00:19:55;29] [00:19:56;10] e ele se propõe a ficar cinco dias trancado dentro deste espaço. [00:20:02;03] [00:20:32;18] Foi uma verdadeira descoberta eu não ter que fazer algo [00:20:36;25] [00:20:37;05] para... [00:20:39;02] [00:20:40;10] Para fazer arte. Não tive que criar um objeto físico. [00:20:43;07] [00:21:20;15] [Assoprando] [00:21:23;12] [00:22:19;22] Eu acho que é importante entender um pouco [00:22:22;27] [00:22:23;06] nessa época, final dos anos 60, início dos anos 70, [00:22:28;02] [00:22:28;10] surgiram muitas formas... [00:22:31;09] [00:22:31;18] assim, artistas experimentando o próprio [00:22:37;10] [00:22:37;25] conceito de trabalho, conceito de ser artista, [00:22:42;04] [00:22:42;12] conceito de fazer obra, foi questionado isso. [00:22:45;07] [00:22:45;19] Foi exatamente o momento em que surgiu a Land Art por um lado, por exemplo, [00:22:49;06] [00:22:49;18] assim, artistas indo para o campo e fazendo projetos na natureza [00:22:53;29] [00:22:54;07] fugindo da ideia de um cubo branco do museu, [00:22:57;22] [00:22:58;00] daquele espaço que supostamente define: [00:23:00;28] [00:23:01;07] "tudo que acontece aqui dentro é arte". [00:23:05;09] [00:23:06;11] Tenho outros artistas que começaram a trabalhar com performance, [00:23:10;01] [00:23:10;12] com... por exemplo, no Brasil teve um grande grupo de artistas [00:23:16;01] [00:23:16;13] que começou a trabalhar com arte enviada por correio, [00:23:21;03] [00:23:22;05] o Fax Art, arte enviada por Fax, [00:23:27;14] [00:23:27;22] eu entendo que são todos processos, assim, [00:23:31;24] [00:23:32;07] que questiona o próprio valor da obra, da ideia de um conceito de uma obra, [00:23:37;12] [00:23:37;23] que tem uma estrutura física, que representa um valor, [00:23:44;08] [00:23:44;21] que participa no mercado. [00:23:47;06] [00:23:47;19] Isso, obviamente, é uma revolução contra alguns valores que foram estabelecidos [00:23:52;26] [00:23:53;05] nos anos 60 e nos 50 quando a ideia de coleção de arte [00:23:58;28] [00:23:59;04] começou a ganhar [00:24:02;20] [00:24:03;25] um certo valor dentro de uma sociedade, [00:24:08;22] [00:24:08;29] as pessoas começaram a colecionar, enfim, [00:24:10;27] [00:24:11;04] acho que esse ideia de "não captável", [00:24:14;06] [00:24:14;13] "não faz parte desse vocabulário", [00:24:16;23] [00:24:17;02] era o desejo de muitos artistas e no mundo inteiro. [00:24:19;28] [00:24:20;11] Acho que o que o Chris Burden começou a fazer, [00:24:24;12] [00:24:24;21] ele e outros artistas, foi voltar para o básico do básico. [00:24:29;22] [00:24:30;05] A si mesmo, ao próprio corpo, [00:24:32;05] [00:24:32;12] à própria ideia de ser um artista vivo, [00:24:37;09] [00:24:37;20] estar inserido em um circuito [00:24:41;25] [00:24:42;03] e operando com o próprio corpo, [00:24:44;27] [00:24:45;05] eu entendo que essa foi a grande revelação que ele trabalhou. [00:24:52;14] [00:26:13;19] ESTÁ PRONTO? [00:26:15;19] [00:26:30;12] Trata-se de uma ação performática [00:26:33;24] [00:26:34;05] que ele fez em uma galeria e o amigo dele atirou nele [00:26:38;10] [00:26:38;16] no braço esquerdo. [00:26:39;26] [00:26:40;06] Ele explica aqui também um pouco o tipo de calibre do tiro, [00:26:44;03] [00:26:44;10] fala qual é a distância entre ele e o amigo. [00:26:46;14] [00:26:46;25] Então, a gente começa a perceber que tudo faz parte da composição da obra de arte. [00:26:50;28] [00:26:51;08] Porque ele diz que todas as obras de arte dele tratam dessa ferida. [00:26:54;28] [00:26:55;10] Toda arte trata de uma ferida. [00:26:57;24] [00:26:58;11] Em um entendimento mais clássico, [00:27:00;21] [00:27:01;01] o artista se entende como o feitor de um obra. [00:27:05;02] [00:27:05;12] Ela ou ele faz, esculpam algo e muitas representações [00:27:10;10] [00:27:10;17] da ideia da arte, da representação, [00:27:13;05] [00:27:13;15] são a partir desse momento, esculpir ou fazer algo [00:27:16;19] [00:27:16;26] que representa algo ou outro. [00:27:19;17] [00:27:20;11] A gente tem que lembrar que no final dos anos 1960, [00:27:24;10] [00:27:24;21] tudo que aconteceu no mundo e o próprio envolvimento dos EUA [00:27:29;16] [00:27:30;18] na Guerra do Vietnã e em outros conflitos mundiais, [00:27:34;05] [00:27:34;15] a sensação [00:27:37;04] [00:27:38;09] não só de artistas, mas das pessoas, [00:27:42;02] [00:27:42;12] era muito mais existencialista. Muito mais, de fato... [00:27:45;08] [00:27:45;18] "eu sou privilegiado e trabalho num contexto de arte, [00:27:52;15] [00:27:54;01] eu faço parte, eu me beneficio de um sistema", [00:27:58;26] [00:27:59;21] mas acho que o que ele fez foi radicalizar isso [00:28:02;20] [00:28:02;29] e colocar o corpo, vamos dizer, esquecer do objeto, [00:28:06;15] [00:28:06;23] colocar o objeto feito, nesse período, [00:28:10;23] [00:28:11;01] ao lado e declarar o próprio corpo como objeto. [00:28:14;07] [00:28:14;15] Acho isso algo extremamente interessante, [00:28:18;28] [00:28:19;07] ele também... vamos lembrar de outros artistas, [00:28:22;04] [00:28:22;14] Marina Abramovic fez isso de outra forma, [00:28:25;04] [00:28:25;13] e teve outros artistas que descobriram a dança, [00:28:29;04] [00:28:29;14] por exemplo, no início dos anos 1970 como um veículo. [00:28:32;20] [00:28:32;28] O Chris Burden foi um dos mais radicais. [00:28:36;11] [00:28:37;13] Eu acho interessante pensar [00:28:40;05] [00:28:41;09] até que ponto essas obras precisam ser feitas [00:28:47;21] [00:28:48;11] ou vivem também como uma imagem. [00:28:52;20] [00:28:53;01] É muito curioso que muitas das obras vivem como uma imagem, [00:28:56;07] [00:28:56;14] conhecemos elas como imagem, [00:29:00;05] [00:29:01;13] eu acho isso interessante, tanto que ele tem um... [00:29:06;17] [00:29:07;17] não uma imagem de fato, física, [00:29:11;26] [00:29:12;02] mas uma imagem mental, [00:29:14;10] [00:29:14;21] imaginar alguém levar um tiro no ombro, imaginar um artista [00:29:20;07] [00:29:20;15] ficando na galeria por duração do período, [00:29:24;26] [00:29:25;05] isso é muito concreto e muito abstrato ao mesmo tempo, [00:29:29;09] [00:29:29;16] e muito impotente nesse sentido. [00:29:31;11] [00:29:33;19] O "comercial" foi ao ar no Canal 9 da KHJ, [00:29:36;20] [00:29:36;28] em Los Angeles, e no Canal 5 da KTLA, [00:29:38;23] [00:29:39;03] em um total de 72 vezes, de 23 a 27 de junho de 1975. [00:29:43;22] [00:29:45;17] A ciência fracassou. [00:29:47;09] [00:29:48;14] Calor é vida. [00:29:50;26] [00:29:51;14] O tempo mata. [00:29:53;15] [00:29:53;21] A ciência fracassou. [00:29:55;18] [00:29:56;17] Calor é vida. [00:29:58;20] [00:29:59;16] O tempo mata. [00:30:01;05] [00:30:01;20] A ciência fracassou. [00:30:03;22] [00:30:04;16] Calor é vida. [00:30:06;16] [00:30:07;19] O tempo mata. [00:30:09;17] [00:30:26;23] A sensação era de que a TV [00:30:29;28] [00:30:30;08] era basicamente uma forma de mídia de mão única. [00:30:34;19] [00:30:34;27] Ela fala com você e nunca... [00:30:37;18] [00:30:37;28] Como você... [00:30:39;23] [00:30:40;01] Como você pode estar na TV? [00:30:42;03] [00:30:42;11] Fiquei pensando e, finalmente, [00:30:44;16] [00:30:44;24] encontrei uma maneira de estar na TV. [00:30:47;07] [00:30:47;15] É preciso comprar o tempo [00:30:49;20] [00:30:49;27] como qualquer outro produto. [00:30:52;05] [00:30:52;14] E ao comprar esses 30 ou 60 segundos eles são seus. [00:30:57;10] [00:30:57;24] Marquei uma reunião com um vendedor de lá. [00:31:00;09] [00:31:00;15] Ele me mostrou as taxas [00:31:01;24] [00:31:02;03] e eram razoáveis, ainda mais tarde da noite. [00:31:03;25] [00:31:04;05] Dava para comprar um comercial de 30 segundos [00:31:06;27] [00:31:07;04] por 50 ou 100 dólares. Fiquei espantado. [00:31:09;26] [00:31:10;06] Comprei uma quantia "X" por US$ 900. [00:31:14;04] [00:31:14;16] Ele disse que por eu não ter uma conta [00:31:16;18] [00:31:16;26] eu teria que pagar adiantado. [00:31:19;25] [00:31:20;13] Tudo bem, fiz um cheque de US$ 900 [00:31:22;26] [00:31:23;05] fui para casa com uma planilha de quando iriam exibir. [00:31:27;17] [00:31:27;26] Porque eles te dão horários específicos e tal. [00:31:31;19] [00:31:31;29] Eu ficaria acordado para assistir. [00:31:34;26] [00:31:35;08] Via todos e foi fabuloso. [00:31:37;11] [00:31:37;20] Passava um comercial ótimo e depois vinha o meu. [00:31:41;08] [00:31:41;20] Eu estava de sunga, em preto e branco. [00:31:44;17] [00:31:44;24] Era uma coisa misteriosa. [00:31:46;09] [00:31:46;18] Eu rastejava no vidro, mas não dava para saber. [00:31:49;17] [00:31:49;24] Os cacos de vidro eram tipo estrelas. [00:31:51;19] [00:31:51;26] Havia gemidos. [00:31:53;21] [00:31:53;29] Era muito bizarro, totalmente fora de contexto. [00:31:57;07] [00:32:27;03] O que eu gosto mesmo na propaganda é que [00:32:30;28] [00:32:31;04] é verdadeiro. [00:32:32;08] [00:32:32;17] Se eu tivesse dez ou cem milhões de dólares, [00:32:35;27] [00:32:36;04] se eu exibisse aquilo sem parar, [00:32:38;04] [00:32:38;13] eu me tornaria um daqueles cinco nomes. [00:32:40;25] [00:32:41;03] Se fizessem uma lista com cem nomes de artistas, [00:32:43;16] [00:32:43;25] eu ficaria entre os cinco ou seis primeiros. [00:32:46;20] [00:32:47;01] Porque a TV é tão poderosa que faria isso acontecer. [00:32:51;05] [00:32:52;07] Mantendo o espírito bicentenário [00:32:54;12] [00:32:54;19] o ânimo pós-Watergate [00:32:56;01] [00:32:56;09] e a nova atmosfera em Capitol Hill, [00:32:58;05] [00:32:58;18] eu gostaria de ser o primeiro artista a fazer uma exposição financeira completa. [00:33:02;04] [00:33:02;13] Minha renda bruta em 1976 foi de US$ 17.210. [00:33:07;00] [00:33:07;10] Minhas despesas de negócios totalizaram US$ 16.156. [00:33:11;15] [00:33:11;25] Isso me deixou com um lucro líquido para 1976 de US$ 1.054. [00:33:16;14] [00:33:16;21] Obrigado. [00:33:18;08] [00:33:19;29] Foi um artista que tão radicalmente [00:33:22;12] [00:33:22;20] fez o trabalhos acontecerem. [00:33:25;06] [00:33:25;13] E a potência do trabalho é isso, [00:33:28;02] [00:33:28;10] e pensando como um leigo... [00:33:34;11] [00:33:34;20] A gente tem muitas ideias na cabeça, [00:33:38;15] [00:33:38;26] mas fazer uma ideia e uma ideia dessa radicalidade, [00:33:42;01] [00:33:42;10] é diferente. Acho isso muito importante: [00:33:44;05] [00:33:44;13] sempre lembrar que eles de fato aconteceram. [00:33:48;03] [00:33:48;19] ? [00:33:50;29] [00:34:12;02] ? [00:34:16;10] [00:34:25;14] Sou o pregador de verdades. [00:34:28;19] [00:34:29;19] Quero anunciar ao povo [00:34:32;07] [00:34:32;14] que eu sinto entre nós um força estrangeira. [00:34:36;00] [00:34:36;09] Uma força que transgride o triângulo equilátero. [00:34:40;28] [00:34:41;04] Como vocês devem saber, [00:34:42;21] [00:34:42;28] o mundo possui três forças [00:34:44;22] [00:34:44;29] que formam um triângulo equilátero. [00:34:48;18] [00:34:48;25] Esse triângulo perfeito [00:34:50;17] [00:34:50;25] é composto de cães selvagens, [00:34:52;25] [00:34:53;02] cães domésticos e de homens civilizados. [00:34:56;09] [00:34:57;05] O perigo dessa força estrangeira do outro, [00:35:01;01] [00:35:01;14] do homem selvagem [00:35:03;13] [00:35:03;21] é que ele pode contaminar o cão selvagem [00:35:05;24] [00:35:06;04] tornando-o ainda mais selvagem. [00:35:09;09] [00:35:18;00] Eu construí o B-Car [00:35:19;17] [00:35:19;24] que é o que um artista faz [00:35:21;17] [00:35:21;23] com recursos limitados. [00:35:24;02] [00:35:24;13] Foi muito importante para mim ter todos os componentes [00:35:26;24] [00:35:27;03] de um carro de verdade. Ele tem uma suspensão. [00:35:30;06] [00:35:30;15] Vê? Uma suspensão independente nas quatro rodas. [00:35:33;17] [00:35:33;25] Tem um motor central. É extremamente leve. [00:35:36;27] [00:35:37;07] Tudo pesa cerca de 90 quilos. Eu consigo levantá-lo. [00:35:40;16] [00:35:40;27] É meio que uma mistura de tecnologia de bicicletas e aeronaves. [00:35:45;14] [00:35:45;24] Tem uma camada externa de tecido e uma moldura espacial. [00:35:49;15] [00:35:49;25] Tipo uma bicicleta chique de corrida. [00:35:52;24] [00:35:53;25] Quero introduzi-lo [00:35:55;15] [00:35:55;25] em duas performances que pretendo fazer na Europa, no outono. [00:35:58;28] [00:35:59;05] Uma em Amsterdã e uma em Paris. [00:36:01;19] [00:36:01;29] Na verdade, foi mais... [00:36:04;01] [00:36:04;07] Foi uma ideia de... [00:36:05;23] [00:36:07;08] De um Robinson Crusoé de alta tecnologia. [00:36:11;03] [00:36:12;02] [Ruídos inaudíveis] [00:36:16;06] [00:37:08;28] [Falas em inglês inaudíveis] [00:37:13;00] [00:37:22;00] [Falas em inglês inaudíveis] [00:37:26;18] [00:37:38;03] [Motor ligando] [00:37:42;15] [00:38:00;05] [Motor de moto] [00:38:03;27] [00:39:45;01] A GRANDE RODA 1979 [00:39:49;14] [00:39:51;14] A 600 rotações por minuto, se uma roda explode, se destrói. [00:39:54;29] [00:39:55;09] Me lembro que uma vez me referi a isto como a bomba atômica Neanderthal. [00:39:58;20] [00:39:58;28] Mas, a outra opção era a mais assustadora. [00:40:01;01] [00:40:01;13] Consigo imaginá-la sendo colocada no Guggenheim [00:40:04;04] [00:40:04;15] e pô-la a girar tão rápido que se explodir, destruirá o museu. [00:40:08;22] [00:40:08;28] Isso seria fantástico. [00:40:10;28] [00:40:13;04] Eu estou mais interessado na parte [00:40:15;18] [00:40:15;26] que ele analisa o poder. A questão do poder. [00:40:20;05] [00:40:20;16] É muito interessante pensar que o poder é um poder físico, [00:40:23;23] [00:40:24;22] é um poder [00:40:26;22] [00:40:28;27] de racionalidade, às vezes, um poder de violência, [00:40:34;21] [00:40:35;00] forças, mesmo, assim, são desdobramentos disso. [00:40:38;26] [00:40:39;06] Acho que ele por um período coloca o próprio corpo [00:40:43;15] [00:40:43;24] nessa vivência desses poderes, seja a bala, [00:40:46;25] [00:40:47;03] seja ser esticado, seja ser espremido. [00:40:50;28] [00:40:51;05] São todas formas que o corpo [00:40:54;27] [00:40:55;04] enfrenta um poder direto, físico [00:41:00;08] [00:41:01;10] extremamente potente. [00:41:04;28] [00:41:05;18] Mas eu acho interessante que no próprio trabalho escultórico [00:41:09;21] [00:41:09;29] os mesmo poderes e forças continuam. [00:41:14;14] [00:41:14;24] Assim, são presentes a ideia da velocidade, [00:41:18;20] [00:41:18;28] a ideia de poder físico, de potência física, [00:41:24;14] [00:41:24;21] de potência... forças limitadoras. [00:41:31;00] [00:41:33;07] Motivo para a Bomba de Nêutrons 1979 [00:41:34;29] [00:41:35;11] É uma instalação que consiste em 50 mil moedas de cinco centavos [00:41:39;19] [00:41:39;28] e cada uma tem um fósforo de madeira em cima. [00:41:43;16] [00:41:43;26] E elas representam [00:41:46;20] [00:41:47;11] toda a frota de tanques russa [00:41:49;23] [00:41:50;01] que formava a Cortina de Ferro [00:41:53;09] [00:41:53;16] na fronteira da União Soviética. [00:41:57;12] [00:41:57;21] Fiz essa peça porque eu pensava nesse número, 50 mil. [00:42:01;18] [00:42:01;25] É um cinco com monte de zeros na frente. [00:42:04;24] [00:42:05;03] Eu estava curioso para ver como seria, porque [00:42:07;17] [00:42:07;29] parecia tão abstrato, como se eles pudessem tirar ou adicionar alguns zeros. [00:42:12;12] [00:42:12;22] Parecia tão arbitrário. [00:42:15;23] [00:42:17;21] Eu pensei nessa peça durante alguns meses e percebi que [00:42:21;24] [00:42:22;04] eu e o fabricante de brinquedos teríamos que fazer moldes de plástico. [00:42:26;05] [00:42:26;17] E... [00:42:27;17] [00:42:27;26] E eu pensei: "Como o governo é burro", [00:42:30;11] [00:42:30;21] eu vou acabar com uma garagem cheia desses tanques de miniatura, [00:42:34;09] [00:42:34;19] E era muito dinheiro, dava cerca de seis ou sete mil dólares. [00:42:38;06] [00:42:38;14] E fiquei pensando em uma solução [00:42:40;16] [00:42:40;24] que pudesse representar os tanques [00:42:42;25] [00:42:43;03] o que não me levasse à falência no processo. [00:42:45;18] [00:42:45;26] Eu teria feito se me sentisse bem com isso. [00:42:48;09] [00:42:48;16] A questão não era o dinheiro. [00:42:50;09] [00:42:50;20] A questão era ficar com uma garagem cheia dessas coisas. [00:42:53;28] [00:42:54;04] É quase burrice [00:42:56;02] [00:42:56;09] ter armas estocadas, quer dizer... [00:42:58;13] [00:42:58;21] Então eu pensei nessa solução [00:43:00;11] [00:43:00;18] que eu gosto muito, porque [00:43:02;11] [00:43:02;19] a peça não custou nada, exceto os 50 dólares dos fósforos. [00:43:06;18] [00:43:06;26] Fui ao banco, peguei US$ 2.500 [00:43:09;12] [00:43:09;23] troquei pelas 50.000 moedas de cinco centavos e as usei. [00:43:12;18] [00:43:12;27] Depois devolvi tudo para o banco e não custou nada. [00:43:14;27] [00:43:15;07] Entendendo da onde vem, quando surgiu o trabalho [00:43:18;22] [00:43:19;01] e a situação histórica que ele estava vivendo [00:43:24;10] [00:43:24;18] no final dos anos 60, início dos anos 70, [00:43:27;10] [00:43:27;26] a questão do poder, da violência [00:43:31;07] [00:43:31;14] é extremamente presente no mundo [00:43:34;09] [00:43:34;17] e por isso também no seu próprio trabalho. [00:43:37;24] [00:43:39;26] Essa violência, esse poder tem um lado masculino. [00:43:44;27] [00:43:46;07] Claramente, assim, quando a gente vive uma guerra, [00:43:48;22] [00:43:49;00] a ideia de homem, máquina etc., [00:43:53;12] [00:43:53;20] são imagens recorrentes. Mas eu acho que [00:43:56;25] [00:43:57;04] mais do que ele refletir sobre a masculinidade, [00:44:00;29] [00:44:01;10] é mais uma reflexão sobre poder. [00:44:04;02] [00:44:04;14] A ideia da violência mesmo [00:44:07;19] [00:44:08;00] eu acho que ele leva isso do próprio corpo [00:44:10;28] [00:44:11;06] às esculturas, às esculturas que têm massa enorme, [00:44:15;12] [00:44:15;19] têm pesos, velocidade, queda, etc., [00:44:21;04] [00:44:21;18] são todas questões de poder. [00:44:23;11] [00:44:25;27] TODOS OS SUBMARINOS DOS EUA 1987 [00:44:30;12] [00:45:02;18] Mesmo vendo esse monte de equipamentos, [00:45:04;22] [00:45:04;29] na verdade, isso é uma escultura conceitual. [00:45:07;13] [00:45:07;19] Ela consiste na roleta [00:45:09;29] [00:45:10;13] pela qual todos os visitantes da exposição têm que passar. [00:45:14;12] [00:45:14;22] A roleta está conectada a essa caixa de engrenagens. [00:45:17;08] [00:45:17;17] Então, cada pessoa que entra na galeria [00:45:19;16] [00:45:19;25] coloca sua impressão nessa caixa de engrenagens. [00:45:22;26] [00:45:23;04] Essas engrenagens estão conectadas [00:45:25;01] [00:45:25;10] a outra caixa de engrenagens que muda de direção. [00:45:28;08] [00:45:28;15] Chega aqui no macaco de 100 toneladas. [00:45:32;13] [00:45:32;20] É um tipo de macaco de carro. [00:45:34;20] [00:45:35;01] E muito vagarosamente empurra essas vigas [00:45:38;29] [00:45:41;10] para as placas de aço que estão empurrando as paredes do museu. [00:45:45;03] [00:45:45;09] Então... [00:45:46;08] [00:45:46;16] bem devagar cada pessoa que entre no museu [00:45:49;08] [00:45:49;16] está ajudando nessa expansão. [00:45:53;00] [00:45:54;25] Existe uma tradição para o que eu estou fazendo. [00:45:58;01] [00:45:58;10] Se você olhar para a nossa história, está lá, sabe? [00:46:02;07] [00:46:02;14] Se algumas das... [00:46:05;22] [00:46:07;20] pessoas da virada do século estivessem aqui, não estariam pintando quadros, [00:46:11;04] [00:46:11;16] estariam fazendo arte como eu ou algo que respeito fazer. Entende? [00:46:15;23] [00:46:16;04] Mas as pessoas veem a continuidade do mesmo formato. [00:46:19;27] [00:46:20;04] Eu não acho que isso seja... [00:46:22;09] [00:46:22;17] na verdade, muito... realista. [00:46:26;06] [00:46:27;13] Porque as pessoas que respeitamos na história [00:46:30;08] [00:46:30;18] tinham as dificuldades e revoltas da épocas delas. [00:46:33;28] [00:46:34;04] E criavam alguma coisa. [00:46:35;27] [00:46:36;06] E isso basicamente é a história da arte, sabe? [00:46:39;25] [00:46:40;01] É essa... [00:46:41;07] [00:46:44;01] Ela acaba mudando o mundo como você vê as coisas. [00:46:47;02] [00:47:18;21] Vai! [00:47:20;16] [00:47:23;25] Talvez devêssemos tentar usar mais as bordas. [00:47:26;21] [00:47:26;29] Sim, concordo. Concordo. [00:47:29;22] [00:47:30;07] E então começamos a preencher. [00:47:33;06] [00:47:33;19] Se eu tiver algum problema... [00:47:35;26] [00:47:36;03] Certo. [00:47:37;24] [00:47:38;04] Talvez se usarmos os menores não precisa ir tão alto. [00:47:42;29] [00:47:43;05] Entende? Vai ficar bom. [00:47:44;29] [00:47:45;07] Podemos deixar aqueles para mais tarde. [00:47:47;27] [00:47:48;03] Mas... [00:47:49;18] [00:47:49;26] Estou preocupado com esse guindaste. [00:47:51;26] [00:47:52;02] Está muito próximo. [00:47:53;12] [00:47:53;23] Talvez você queria pôr os mais curtos ao redor das bordas. [00:47:55;27] [00:47:56;04] Entende? Para dar mais segurança. [00:47:58;17] [00:47:58;23] Faz sentido. [00:47:59;26] [00:48:59;21] Vai! [00:49:01;11] [00:49:22;23] [Gritos e aplausos] [00:49:25;01] [00:49:35;02] [Gritos e aplausos] [00:49:36;06] [00:49:36;15] Pessoal, é a última, hein! É a última! [00:49:39;13] [00:49:53;29] Nessa eu vou me afastar. [00:49:56;21] [00:50:16;26] Vai, neném. [00:50:18;16] [00:50:22;10] [Aplausos] [00:50:23;28] [00:50:24;04] Bravo! [00:50:26;00] [00:50:26;06] [Aplausos] [00:50:30;07] [00:50:37;04] ? [00:50:39;22] [00:51:16;23] ? [00:51:21;06]