• Project: • Original Title: • Translated Title: MCC CEA 708 Closed Captions • Translator: No Author • Language: English • Subtitles: 423 • Words: 3783 • Comment: • Client: • Creation Date: 15. Aug. 2018 • Revision: • Revision Date: 15. Aug. 2018 • Media File: No Media • Format: 29.97 NTSC DF • Offset: 00:00:00:00 [00:00:24;25] ? [00:00:27;18] [00:01:11;27] [Carro] [00:01:14;14] [00:02:44;21] No começo ninguém acreditava no projeto. [00:02:46;25] [00:02:47;01] Isso é o mais claro. [00:02:48;21] [00:02:48;28] O Bernardo sofria muito bullying. [00:02:51;18] [00:02:51;27] Era bullying a palavra, que eu já ouvia em Belo Horizonte. [00:02:55;02] [00:02:55;10] "Pô, o projeto... pro lado de Brumadinho." [00:03:00;02] [00:03:00;11] Falavam: ninguém vai lá. A ideia deles era assim, [00:03:02;19] [00:03:02;29] ninguém jamais irá lá, não interessa o que você vai fazer. [00:03:05;09] [00:03:05;16] Não sabiam nem o que eram... [00:03:07;08] [00:03:07;20] essas pessoas não sabiam nem o que era arte contemporânea de alguma forma. [00:03:10;26] [00:03:11;08] Jardim? Ninguém vai ficar indo lá para ver um jardim. [00:03:13;24] [00:03:17;20] [Falas inaudíveis] [00:03:21;01] [00:03:24;14] Não sabe de cabeça, não? Difícil, hein? [00:03:28;12] [00:03:30;03] Qual é o seu carrinho? [00:03:31;15] [00:03:33;25] Você não veio ontem? Pega um aí, tem que lavar. [00:03:37;21] [00:03:50;04] Pega o 75 lá. [00:03:51;09] [00:03:51;15] [Esfregando] [00:03:54;18] [00:04:09;01] Rota cinco. Taís, 11:00 horas, [00:04:11;11] [00:04:11;18] Steffany 12:30, Luís Felipe 14:00 horas. [00:04:14;03] [00:04:14;11] Rota seis. Washington 11:00, [00:04:15;27] [00:04:16;05] Marcos Paulo 12:30, Leonardo 14:00. [00:04:18;24] [00:04:19;01] Rota sete. Ana Flávia 11:00 horas, [00:04:21;07] [00:04:21;15] Anderson 12:30, Lucas 14:00. [00:04:24;10] [00:04:24;24] Na rota oito. Layane 11:00 horas, [00:04:26;17] [00:04:26;25] Viviane 12:30, Helen 14:00 horas. [00:04:29;13] [00:04:29;25] Agendamento 13:00 horas Milton, apoio 11:00 horas Suelen, 14:00 Ílcar. [00:04:34;11] [00:04:35;10] Pessoal, bom dia. Eu preciso saber [00:04:38;12] [00:04:38;22] quem vai participar do encontro marcado hoje, por favor. [00:04:41;25] [00:04:42;03] Se possível, vou liberar vocês. [00:04:44;16] [00:04:44;26] Então, bom trabalho a todos e confiram a bateria. [00:04:48;04] [00:04:55;22] Quem é o 58? [00:04:58;05] [00:04:58;21] [Carros] [00:05:04;01] [00:05:12;19] [Carros] [00:05:16;13] [00:06:26;24] Tudo bom? [00:06:28;17] [00:06:39;20] O que vocês vão fazer com a grama? [00:06:41;24] [00:06:42;02] A grama espalhou lá embaixo. [00:06:44;14] [00:06:45;05] Mas vai completar aquele jardim lá embaixo? Como é que ele vai fazer? [00:06:49;26] [00:06:50;09] Espalhou já completando, e quando a gente precisar de tirar, vamos tirando lá. [00:06:53;14] [00:06:53;23] É porque vai vir um caminhão daqui a dois meses. [00:06:56;11] [00:06:56;17] Tá bom? Tchau. [00:06:59;13] [00:07:01;27] A fazenda era do Bernardo no início. [00:07:04;13] [00:07:04;21] Quando eu o conheci no processo de extração [00:07:08;09] [00:07:08;17] de terras das áreas vizinhas, ele estava sozinho. [00:07:13;01] [00:07:13;09] Ele foi colecionando arte contemporânea [00:07:16;23] [00:07:17;03] em uma escala maior do que podia guardar em casa. [00:07:20;13] [00:07:20;20] Ele começou a convidar, "vem me ajudar, [00:07:22;15] [00:07:22;23] vamos pensar no que se pode fazer", [00:07:24;09] [00:07:24;20] ele não tinha essa ideia de especificamente ser um museu. [00:07:28;12] [00:07:28;25] Mas ser algum espaço onde ele pudesse [00:07:31;24] [00:07:32;03] colocar a coleção e talvez receber uma visita, [00:07:34;23] [00:07:35;01] mas que coleção seria essa? [00:07:36;19] [00:07:37;02] O meu papel ali era muito mais de tentar [00:07:40;00] [00:07:40;08] dar uma unidade nessa visão, nessa coleção, [00:07:43;07] [00:07:43;15] entendendo a visão do Bernardo que era clara. [00:07:46;26] [00:07:47;09] A pessoa não começa a fazer uma coleção desse tamanho [00:07:49;26] [00:07:50;07] com uma obsessão por um jardim, quer dizer, que eu acho que é fundamental [00:07:53;27] [00:07:54;05] para entender o olho de colecionador dele, [00:07:57;28] [00:07:58;09] entender a construção do jardim, o Bernardo, ele é um paisagista. [00:08:02;09] [00:08:03;18] [Carro] [00:08:07;02] [00:08:24;17] Nós veremos uma obra aqui à frente, de um artista italiano [00:08:28;23] [00:08:29;07] o nome dele é Giuseppe Penone, a gente vai ver cinco árvores em volta de uma árvore [00:08:34;27] [00:08:35;10] que está ao meio, vocês vendo daqui, vocês dizem que é uma árvore natural, [00:08:40;06] [00:08:40;15] só que ela é uma árvore totalmente de bronze situada no meio, [00:08:43;09] [00:08:43;16] é uma réplica de uma castanheira. [00:08:46;07] [00:08:48;07] Ela é elevada através de um sistema pistões ali vocês podem ver interligados, [00:08:53;04] [00:08:53;17] a intenção do artista é elevar essa árvore de bronze situada ao meio [00:08:58;04] [00:08:58;14] até a copa das árvores naturais em um período entre 15 e 20 anos. [00:09:03;07] [00:09:04;02] Muito bonito. [00:09:06;15] [00:09:07;10] [Mulher] Tirou? [Homem] Tirei. [00:09:09;28] [00:09:11;00] Eu fiz o jardim. Aí, eu achei que o jardim não significava nada, entendeu? [00:09:17;26] [00:09:18;07] Não era um jardim botânico, era só uma beleza de jardim, [00:09:22;08] [00:09:22;16] não tinha profundidade. Aí, eu comecei a pensar [00:09:26;09] [00:09:26;18] em criar as galerias para cada artista. [00:09:29;20] [00:09:30;05] Aí construí a primeira galeria, a do Tunga lá no fundo, [00:09:33;00] [00:09:33;13] a maior eu botei com três artistas, e continua com três, quatro artistas até hoje, [00:09:37;13] [00:09:37;23] depois fiz mais duas, três, quatro galerias [00:09:41;12] [00:09:41;26] que podem ter mais artistas, depois comecei a construir as galerias individuais. [00:09:45;26] [00:10:24;26] [Água corrente] [00:10:26;27] [00:10:59;12] Isso daqui tudo é intuitivo. Não é nada... [00:11:02;28] [00:11:03;09] eu não acredito em nada que cresça partido de planejamento. [00:11:08;08] [00:11:08;15] Entendeu? [00:11:10;02] [00:11:10;13] Eu acredito que tudo que cresce, de um determinado momento em diante [00:11:13;25] [00:11:14;08] partiu da intuição. E toda intuição para crescer no futuro precisa de planejamento. [00:11:19;06] [00:11:19;22] Quando começamos, não tínhamos ideia do que seria criado. [00:11:23;04] [00:11:23;11] A gente tinha ideias, mas como conceitos. [00:11:25;20] [00:11:25;28] Eram ideias em termos de qualidade [00:11:28;13] [00:11:28;20] e do tipo de arte que queríamos criar. [00:11:30;16] [00:11:31;00] E assim decidimos que queríamos nos concentrar nas qualidades únicas desse ambiente. [00:11:36;10] [00:11:36;25] Trabalhar com artistas que pudessem reagir a ele [00:11:41;16] [00:11:41;26] de uma maneira singular com trabalhos já existentes [00:11:45;08] [00:11:45;19] ou outros tipos de trabalhos que fossem criados para esse espaço. [00:11:50;25] [00:11:51;06] A escolha foi feita também de uma forma muito rápida. [00:11:53;01] [00:11:53;08] Uma parte, vamos dizer, a coleção Foco, [00:11:56;23] [00:11:57;02] a primeira coleção, que tinha Janet Cardiff, Albert Oehlen, [00:12:00;19] [00:12:00;26] "tinha" não, tem ainda. O Dan Graham, [00:12:07;06] [00:12:07;14] essa parte internacional que eu estou falando. [00:12:09;09] [00:12:09;19] E muito dessa coleção, essa é uma boa história, eu acho, [00:12:13;21] [00:12:14;02] mostra o pique que a gente estava em 2001. [00:12:17;04] [00:12:17;17] 2001 é o ano do 11 de Setembro. E, na verdade, quando o 11 de Setembro aconteceu, [00:12:24;21] [00:12:25;01] uma das coisas que imediatamente eu e o Bernardo fizemos, [00:12:27;28] [00:12:28;06] eu estava no Rio no dia, e o Bernardo em BH, [00:12:31;01] [00:12:31;10] e eu me lembro bem, ele estava aqui em Inhotim, [00:12:34;08] [00:12:34;20] ficamos no telefone o dia inteiro vendo aquele desastre [00:12:37;21] [00:12:38;00] e falando: "Quando abrir o aeroporto, vamos para Nova York. [00:12:41;09] [00:12:41;19] A gente vai pegar o primeiro voo". E a gente fez exatamente isso. [00:12:44;05] [00:12:44;16] Duas ou três semanas depois o primeiro voo do Brasil para Nova York, [00:12:47;28] [00:12:48;06] a gente estava lá aterrissando, isso para Chelsea, [00:12:50;15] [00:12:50;26] fomos as primeiras pessoas a aparecerem nas galerias. [00:12:54;13] [00:12:54;24] Os galeristas há três semanas com as obras canceladas [00:12:58;29] [00:12:59;09] achando que o mundo ia acabar, colecionadores sumiram [00:13:03;04] [00:13:03;13] e aí a gente fez uma compra enorme, em uma semana [00:13:06;07] [00:13:06;16] a gente fechou o Dan Graham, a Janet Cardiff, [00:13:10;07] [00:13:10;14] fechou vários do Alberto Oehlen, [00:13:12;12] [00:13:12;21] foi um momento, foi uma oportunidade única [00:13:15;08] [00:13:15;23] para fazer um grande foco. Então, assim, esses nomes aparecem numa certa pressa [00:13:20;11] [00:13:20;24] mesmo porque o projeto exigia pressa pela velocidade construtiva do Bernardo, [00:13:25;21] [00:13:26;01] mas também apareceram oportunidades específicas, [00:13:28;15] [00:13:28;22] que foram aproveitadas naquele momento. [00:13:31;10] [00:13:31;19] Não daria para fazer uma compra de tal escala [00:13:34;28] [00:13:35;06] de uma vez só se não fosse aquele momento. [00:13:37;20] [00:13:44;29] [Guia] É a primeira vez que vocês estão vindo aqui? [00:13:46;23] [00:13:47;04] [Visitante] Viemos em 2012. [00:13:50;18] [00:13:50;27] [Guia] Acho que muita coisa deve ter mudado. [00:13:54;20] [00:13:59;05] Sim. Eu vou mostrar para vocês ali abaixo. [00:14:01;22] [00:14:02;02] Então, essa obra, ela é por volta do ano de 2008 se não me engano, [00:14:07;26] [00:14:08;07] 2008 ou 2006 de um artista italiano, Giuseppe Penone, [00:14:12;16] [00:14:13;00] e como vocês podem ver são cinco árvores em volta de um árvore que está ao meio. [00:14:17;10] [00:14:17;21] Aquela árvore é uma réplica de uma castanheira, [00:14:20;07] [00:14:20;15] ela é feita totalmente de bronze, ela está sendo elevada [00:14:24;02] [00:14:24;12] pelas árvores naturais através do sistema de pistões, [00:14:28;22] [00:14:29;03] à medida que a árvore natural cresce, é liberada uma quantidade significativa [00:14:32;19] [00:14:32;28] no pistão elevando para cima a árvore de bronze. [00:14:36;12] [00:14:36;23] A intensão do artista ali é que essa árvore de bronze [00:14:39;21] [00:14:40;02] alcance a copa das árvores naturais em um período entre 15 e 20 anos. [00:14:44;17] [00:14:46;12] Quando as conversas entre Bernardo e Tunga aconteceram, [00:14:49;22] [00:14:50;01] isso era no final dos anos 1990. Era o momento, sim, [00:14:53;06] [00:14:53;16] no qual o Bernardo conheceu o Tunga, percebeu que, [00:14:57;28] [00:14:58;09] na verdade, ele estava muito mais interessado nas questões [00:15:01;04] [00:15:01;18] que artistas trouxeram e movem, as questões que movem eles para fazer alguma coisa, [00:15:08;08] [00:15:08;17] do que propriamente a obra, o objeto. [00:15:12;28] [00:15:13;26] Então, acho que isso foi algo extremamente importante [00:15:16;29] [00:15:17;08] para o gênesis de Inhotim, pensando como... [00:15:21;23] [00:15:22;05] talvez não como objeto no centro, mas talvez o pensamento. [00:15:27;05] [00:15:27;21] ? [00:15:29;20] [00:15:49;29] ? [00:15:54;01] [00:16:02;07] [Pássaros] [00:16:05;12] [00:16:16;16] [Carros] [00:16:19;15] [00:16:27;09] Hoje a gente vai fazer o encontro marcado um pouco diferente, né, [00:16:31;17] [00:16:31;24] da configuração que sempre acontece. [00:16:33;16] [00:16:33;24] Hoje a gente está fazendo a parte da manhã, [00:16:35;24] [00:16:36;04] e estou achando muito legal porque a gente vai poder [00:16:38;27] [00:16:39;04] conhecer um lugar que pouca gente conhece. [00:16:42;22] [00:16:43;03] O nosso objetivo é de entrar aqui em uma das reservas técnicas do Inhotim, [00:16:46;07] [00:16:46;13] alguém já entrou aqui? [00:16:48;11] [00:16:48;17] [Homem] Eu já. [00:16:49;20] [00:16:49;29] Só você? Você já entrou em todos os lugares, né? [00:16:51;21] [00:16:52;04] Tem muita coisa guardada aqui e tem em outras reservas também. [00:16:55;25] [00:16:56;04] Então, por exemplo, se eu preciso encontrar alguma coisa, [00:16:57;25] [00:16:58;05] eu vou até o Paulo porque o Paulo tem tudo lá no computador, [00:17:00;21] [00:17:01;03] em qual prateleira está, vocês vão ver que elas estão todas identificadas, [00:17:04;11] [00:17:04;20] o trainel que está aqui dentro, com a referência, [00:17:07;12] [00:17:07;20] o nome do autor, o título, a técnica, dimensões, [00:17:11;10] [00:17:11;24] é justamente para termos um maior controle do acervo do Inhotim, que é extenso. [00:17:19;06] [00:17:19;17] Catou ela onde? [00:17:21;27] [00:17:25;10] Passa para cá quem não viu, gente, porque o trabalho está nessa posição aqui. [00:17:30;10] [00:17:30;16] Deixa eu por ele aqui. [00:17:33;11] [00:17:33;26] Eu tive essa memória também porque eu cresci com o meu pai trabalhando na construção civil. [00:17:37;25] [00:17:38;04] Então, parede é uma coisa que eu sei fazer. [00:17:40;09] [00:17:40;28] A gente tem logo pertinho aqui [00:17:43;25] [00:17:44;03] que é super chamativo ali no meio do jardim [00:17:46;16] [00:17:46;28] aquelas paredonas coloridas. Então quando eu cheguei e vi aquelas paredes, [00:17:50;13] [00:17:50;24] eu tive essa memória também, poxa, uma parede virar uma obra de arte. [00:17:56;00] [00:17:57;18] É melhor tirar sem, né? [00:18:00;09] [00:18:03;04] Um parte apenas. [00:18:06;01] [00:18:06;27] Para ter uma ideia, assim. [00:18:09;17] [00:18:09;26] São umas pedrinhas gostosas de se pisar. [00:18:12;15] [00:18:12;25] Existem diferentes tipos de conservação, de umidade, [00:18:16;14] [00:18:16;21] são plásticos, gesso, borracha, palha... [00:18:25;03] [00:18:25;29] E quando vocês estudam a conservação, [00:18:28;19] [00:18:29;00] às vezes, você fica muito preso aos métodos convencionais. [00:18:31;17] [00:18:31;24] O curso de conservação é assim. [00:18:34;08] [00:18:34;17] A arte contemporânea te apresenta esse desafio. [00:18:36;03] [00:18:36;13] É um desafio, um desafio constante e acho que é eterno [00:18:39;02] [00:18:39;14] porque o que aparece de material para a gente pensar em uma forma de conservar... [00:18:43;26] [00:18:45;09] [Bipes] [00:18:48;23] [00:18:49;21] Essa daqui a gente chama de Sala da Fotografia. [00:18:53;16] [00:18:54;12] Vocês vão notar que aqui existe dois tipos de armazenagem. [00:18:59;02] [00:19:00;05] Podem entrar. [00:19:02;16] [00:19:03;21] Estes são os traineis que a gente chama. [00:19:06;01] [00:19:06;13] Aqui tem umas fotografias da Cláudia que não foram para a galeria, [00:19:12;05] [00:19:12;13] mas são do acervo do Inhotim. [00:19:15;20] [00:19:17;09] E aí quando a gente quer acessar alguma obra, é só puxar. [00:19:22;03] [00:19:22;14] Vocês podem ver que todos os traineis têm identificação, [00:19:25;07] [00:19:25;14] um, dois, três, lado a, lado b. [00:19:28;18] [00:19:28;25] Esses são interessantes. [00:19:31;08] [00:19:31;15] Esse passou na mata, né? [00:19:33;11] [00:19:33;25] Passou. Porque ele está sendo ocupado até lá em cima, é diferente da outra sala. [00:19:36;26] [00:19:37;04] Gente, aquilo é Vik Muniz? [00:19:40;25] [00:19:41;04] Não, tem Vik, mas está na outra reserva. [00:19:44;09] [00:19:44;15] Este daqui não é, né? [00:19:45;19] [00:19:45;26] Não, é uma variação de trabalho. [00:19:48;06] [00:19:48;14] Essa daqui dos furinhos, você lembra, Paulo? [00:19:52;09] [00:19:52;15] Não. [00:19:53;27] [00:19:57;07] Olha, tem Paul McCartney. [00:20:01;13] [00:20:12;20] Você lembra que eu te falei de uma pintura muito grande aqui? [00:20:16;07] [00:20:17;03] Das obras que demorou para eu entender, das placas. Nós montamos. [00:20:23;27] [00:20:24;04] Ah, da Renata Lucas. [00:20:25;27] [00:20:26;09] E o legal é que cada painel passou pela mão da sua equipe lá da marcenaria. [00:20:29;20] [00:20:30;01] Nós montamos três vezes. Porque a primeira não foi como a artista quis, [00:20:33;14] [00:20:33;23] ela queria uma coisa mais rústica, mais pisada. [00:20:37;10] [00:20:37;20] Isso é muito interessante. É uma obra que foi confeccionada, [00:20:41;09] [00:20:41;17] é o artista, é ideia do artista, [00:20:44;09] [00:20:44;19] mas a confecção da obra foi aqui na marcenaria do Inhotim. [00:20:47;29] [00:20:48;11] Assim como os cubos do Robert Morris, do espelho que estão lá na fonte. [00:20:52;20] [00:20:52;26] Que não é espelho, né? [00:20:54;01] [00:20:54;10] Que não é espelho, é um acrílico de espelho. [00:20:57;05] [00:20:57;15] Isso na arte contemporânea para vocês discutirem nos encontros [00:21:02;20] [00:21:02;26] é muito interessante. [00:21:05;07] [00:21:05;16] Até que ponto o toque, a mão do artista é importante hoje? [00:21:10;19] [00:21:11;28] [Silêncio] [00:21:14;05] [00:22:24;22] [Entrevistador] A arte é uma forma de conhecimento? [00:22:26;15] [00:22:26;24] Com certeza. A arte é a forma mais viva [00:22:30;04] [00:22:30;14] e a mais sagaz e a mais divertida do conhecimento. [00:22:35;11] [00:22:36;00] Acredito que a beleza da arte está na grandeza dela. [00:22:39;29] [00:22:40;09] É uma coisa que só pode existir na forma que existe. [00:22:43;23] [00:22:44;02] E, por isso, ela se comunica de um jeito diferente [00:22:46;12] [00:22:46;22] do que um livro ou uma história podem comunicar. [00:22:49;08] [00:22:49;16] É um tipo diferente de conhecimento. [00:22:51;07] [00:22:51;14] E, geralmente, é o tipo de conhecimento [00:22:53;19] [00:22:53;26] que o artista já tem. [00:22:55;18] [00:22:55;27] A própria qualidade atual, contemporânea, [00:23:00;07] [00:23:00;15] da ideia de que é possível [00:23:02;01] [00:23:05;15] fazer arte sem uma obra, fazer uma arte que na verdade não tem nem matéria, [00:23:10;24] [00:23:12;09] é porque ela virou conhecimento. Arte é conhecimento hoje em dia. [00:23:15;25] [00:23:16;04] A arte tem esse papel transformador na sociedade, [00:23:19;20] [00:23:19;29] ela pode gerar questões sem necessariamente cair no pragmatismo. [00:23:25;13] [00:23:25;20] Sempre sem ter um resultado. [00:23:28;04] [00:23:28;10] Ela vive da dúvida. [00:23:33;11] [00:23:33;18] Ela vive do pluralismo ou da contradição. [00:23:39;13] [00:23:40;05] Ela consegue falar da contradição, isso não é um problema. [00:23:43;12] [00:24:30;25] Acredito que nosso curador de arte contemporânea [00:24:34;27] [00:24:35;06] tem que ser sensível à arte do nosso tempo. [00:24:37;24] [00:24:38;01] Que tenha, ao mesmo tempo, [00:24:41;11] [00:24:41;19] a experiência e o entendimento da arte [00:24:44;25] [00:24:45;03] como reflexo da nossa cultura atual. [00:24:47;10] [00:24:47;20] E que seja capaz de unir as coisas com o objetivo de [00:24:52;05] [00:24:52;17] contar histórias ou fornecer análises da cultura da arte. [00:24:57;04] [00:24:57;22] Acho que em um segundo momento o papel de curador [00:25:01;06] [00:25:01;15] é na verdade de organizador de exposição. [00:25:03;23] [00:25:04;03] Alguém que trabalha com artistas e que ajude o artista ou a artista [00:25:09;18] [00:25:09;27] desenvolva um projeto da melhor forma possível, [00:25:14;24] [00:25:15;05] de uma forma que a obra corresponda ao local aonde está inserida, [00:25:20;21] [00:25:20;29] ao contexto social, ao contexto natural, [00:25:24;19] [00:25:24;25] ao contexto geográfico. [00:25:27;09] [00:25:28;07] ? [00:25:31;14] [00:27:07;16] Nosso ponto de partida sempre foi perguntar o que faz sentido [00:27:11;11] [00:27:11;18] se fazer em Inhotim e o que não faz tanto. [00:27:14;00] [00:27:14;07] O que é melhor para essa obra de arte? [00:27:16;10] [00:27:16;16] Há tempo suficiente? [00:27:18;09] [00:27:18;16] Qual o tipo de montagem deve ser feito? [00:27:20;20] [00:27:21;00] Como podemos ajudar a ampliar o significado da obra? [00:27:24;18] [00:27:24;26] O que ela passa através de como a localizamos, [00:27:27;28] [00:27:28;06] de como a aprovisionamos e de como as pessoas a experienciam. [00:27:30;10] [00:27:30;20] É muito diferente pensar um projeto para Inhotim [00:27:36;03] [00:27:36;10] e pensar projetos para um museu urbano. [00:27:39;22] [00:27:40;11] Um museu urbano tem outra ideia de ser inserido na sua vida cotidiana. [00:27:45;03] [00:27:45;14] Quer dizer, você vai ao museu, depois de ir ao cabelereiro [00:27:49;27] [00:27:50;05] e entre pegar os meninos na escola. [00:27:53;00] [00:27:53;07] Mas Inhotim é sempre um destino. [00:27:55;12] [00:29:00;15] Nenhum museu brasileiro tem a possibilidade de mostrar [00:29:04;09] [00:29:04;19] obras de grande escala permanentemente e muitas nem temporariamente. [00:29:08;29] [00:29:09;07] Então, por exemplo, toda a coleção do Tunga, [00:29:11;17] [00:29:11;25] do Cildo, do Miguel Rio Branco, [00:29:14;11] [00:29:14;22] para usar esses três exemplos, são obras que não existiriam [00:29:19;16] [00:29:19;25] dessa forma se não tivesse o local de Inhotim. [00:29:23;02] [00:29:30;20] [Motor ligado] [00:29:32;14] [00:30:19;14] Inhotim é talvez um dos únicos espaços no Brasil [00:30:23;22] [00:30:24;03] em que tenha um diálogo tão direto em que ele equaliza artistas brasileiros [00:30:28;12] [00:30:28;21] juntamente com artistas de escala internacional [00:30:32;14] [00:30:32;24] sem colocá-los em hierarquias ou sem colocá-los em divisões geográficas. [00:30:39;23] [00:30:40;05] Isso é muito importante para restabelecer ou para recolocar [00:30:43;08] [00:30:43;19] uma narrativa não geográfica da arte à escola global. [00:30:47;24] [00:30:48;02] Eu acho que essa possibilidade de ver, de repente, [00:30:51;15] [00:30:51;22] Cildo Meireles, a obra de Cildo Meireles [00:30:56;00] [00:30:56;11] em diálogo com Chris Burden, em diálogo com Doris Salcedo, [00:31:00;07] [00:31:00;14] em diálogo talvez com os artistas mais jovens [00:31:02;23] [00:31:03;00] como a Rivane Neuenschwander, [00:31:04;15] [00:31:08;12] com artistas argentinos, artistas venezuelanos, [00:31:11;12] [00:31:11;22] e de repente essa rede de conexões e de diálogos [00:31:16;06] [00:31:16;13] ficou muito mais complexa. [00:31:18;22] [00:31:19;01] Então, isso é algo que ajudou bastante a entender, [00:31:21;27] [00:31:22;22] criar uma outra visão sobre a arte brasileira. [00:31:26;25] [00:31:27;01] ? [00:31:28;25] [00:31:48;28] ? [00:31:52;21] [00:32:14;02] Sou eu, sim. A vista panorâmica, né? [00:32:17;05] [00:32:18;10] Vocês já sabem como funciona? Não? [00:32:21;06] [00:32:21;19] Espaço Tamboril, nós estamos aqui, vocês vão seguir a alameda principal, [00:32:26;12] [00:32:26;28] Rivane, o largo das orquídeas aqui atrás, [00:32:31;18] [00:32:31;28] e depois Adriana Varejão. [00:32:34;17] [00:32:34;26] E depois o que a gente quer ver é esse aqui? [00:32:36;21] [00:32:36;28] Isso, fica bem do ladinho também. [00:32:39;12] [00:32:40;01] Porque a gente está interessada em ver os espaços novos. [00:32:43;10] [00:32:44;22] Ah, que ótimo. Só que eu estava falando com ela [00:32:47;18] [00:32:48;02] que a panorâmica tem o intuito de ser uma conversa, que a gente senta, conversa, [00:32:51;19] [00:32:52;01] fala do histórico, fala da parte botânica e artística do parque, tá bom? [00:32:56;16] [00:33:05;28] O Inhotim foi pensado e idealizado pelo Bernardo Paz. [00:33:10;23] [00:33:11;03] Ele sempre foi apaixonado por arte moderna, [00:33:14;09] [00:33:14;17] ele começa a colecionar arte moderna [00:33:17;06] [00:33:17;16] por influência dos seus amigos Cildo Meireles, Tunga, [00:33:20;13] [00:33:20;22] ele troca esse acervo de arte moderna por arte contemporânea, [00:33:23;13] [00:33:23;21] que é o acervo atual do Inhotim. [00:33:25;28] [00:33:26;08] E isso ele vai colocando, disponibilizando isso na sua fazenda. [00:33:30;24] [00:33:44;18] [Falas das pessoas] [00:33:47;23] [00:33:58;24] O Inhotim é um projeto de caráter popular. [00:34:01;16] [00:34:01;28] Popular no sentido de que não se busca uma arte, na verdade, elitizada. [00:34:05;08] [00:34:05;20] Procura-se um lado em que as pessoas de alguma forma [00:34:08;18] [00:34:08;26] vão entrar naquilo, ajudá-las a isto, [00:34:11;00] [00:34:11;13] tem um lado pedagógico, assim, na própria escolha de obras e forma de apresentá-las. [00:34:17;02] [00:34:17;14] E se alguém reconhecer que algo como arte ou a experimentar, [00:34:22;23] [00:34:23;00] tal como experiência sensorial... [00:34:26;11] [00:34:26;19] tem menor significado para nós. [00:34:28;20] [00:34:29;02] Acredito que por estarmos em contato com a natureza, [00:34:31;28] [00:34:32;05] experimentando, cheirando, vendo, [00:34:34;14] [00:34:34;23] sentindo a sua grandeza ao passear pelos jardins [00:34:37;08] [00:34:37;16] que foram projetados com o mesmo cuidado [00:34:40;22] [00:34:40;29] que se tem na composição de uma obra de arte. [00:34:43;12] [00:34:43;22] Acho isso muito significativo. Então, tenho confiança [00:34:45;20] [00:34:46;01] que vamos conseguir superar a barreira que, às vezes, [00:34:48;18] [00:34:48;27] separa as criações artísticas em uma espécie [00:34:52;21] [00:34:53;01] de divisão hierárquica entre a arte e o consumo. [00:34:55;16] [00:35:20;09] ? [00:35:22;03] [00:36:03;11] Isso já te fala um pouquinho como que a gente desdobra isso também na ação curatorial. [00:36:08;18] [00:36:08;28] A sensação de espectador ou de visitante em Inhotim [00:36:14;03] [00:36:14;12] já é algo de tempo, é uma outra temporalidade. [00:36:18;24] [00:36:19;01] A possibilidade de se perder, de... [00:36:22;26] [00:36:23;06] de repente encontrar algo, de permanecer no parque, [00:36:28;06] [00:36:28;15] de perceber que não dá para ver tudo. [00:36:31;19] [00:36:32;01] Era bem claro que o objetivo era criar um espaço de um museu onde as pessoas [00:36:38;12] [00:36:38;23] tivessem uma outra relação com a obra, com o tempo, com a contemplação, [00:36:43;02] [00:36:43;11] que não tivesse a pressa de um museu dentro de um centro urbano, [00:36:47;02] [00:36:47;16] que você sentasse num jardim, que você saísse de um prédio e caminhasse para outro, [00:36:52;05] [00:36:52;13] parasse, muitos belvederes, muitos pontos [00:36:57;01] [00:36:57;11] para você descansar, ficar quieto contemplando ou pensando. [00:37:01;11] [00:37:01;20] Sempre foi pensado como um espaço de reflexão nesse sentido. [00:37:04;22] [00:37:06;09] ? [00:37:09;09] [00:38:01;20] ? [00:38:03;24] [00:38:48;11] [Cantos indígenas] [00:38:50;08] [00:38:58;13] [Cantos indígenas] [00:39:00;28] [00:39:26;04] A ideia desde o começo, [00:39:27;29] [00:39:28;07] pelo menos desde o meu começo no projeto, [00:39:30;26] [00:39:31;03] foi de criar uma experiência única [00:39:33;18] [00:39:33;29] para que as pessoas pudessem se locomover na natureza. [00:39:36;01] [00:39:36;08] Em um encontro em que, não necessariamente, [00:39:38;12] [00:39:38;20] se saiba que está para acontecer. [00:39:41;22] [00:39:42;01] E essa ideia de construção de uma experiência [00:39:46;22] [00:39:47;01] é algo que foi uma coisa que nós queríamos provocar bastante. [00:39:52;05] [00:39:52;12] E muitos artistas embarcaram nessa ideia [00:39:55;19] [00:39:55;26] e trabalharam junto conosco [00:39:58;21] [00:39:59;00] como que todos os sentidos ou sensos [00:40:02;20] [00:40:02;29] estivessem ativados na hora de encontrar a obra. [00:40:06;12] [00:40:07;00] Subindo o morro e ficando um pouco sem ar, [00:40:11;11] [00:40:11;19] o cheiro da floresta de eucaliptos, [00:40:15;02] [00:40:15;08] o calor, [00:40:16;29] [00:40:17;12] a visão sobre a paisagem de Brumadinho, [00:40:21;08] [00:40:21;17] tudo isso constrói um pouco a experiência. [00:40:24;06] [00:40:25;01] ? [00:40:27;21] [00:41:24;25] O "True Rouge" é uma obra que vive muito [00:41:28;29] [00:41:29;09] dessa ideia de uma vista de longe e se aproxima aos poucos. [00:41:34;07] [00:41:34;14] E quanto mais vai chegando, [00:41:36;13] [00:41:36;21] você entender e decifra a obra. [00:41:39;29] [00:41:40;11] Eu acho que esse é um belo exemplo de diálogo também, [00:41:44;17] [00:41:44;25] entre uma arquitetura e a obra [00:41:47;27] [00:41:48;06] e tentando provocar essa ideia da visão de longe, [00:41:51;16] [00:41:51;29] visão acima da água, já como tudo dentro é de vidro tem essa ideia do cristal, [00:41:57;14] [00:41:57;20] do espelhamento, [00:42:00;23] [00:42:01;04] que é algo extremamente forte. E quando você entra também [00:42:04;25] [00:42:05;04] ela é uma obra que quase... embora não tenha som, [00:42:09;03] [00:42:09;13] ela é musical. E para ela ter essa força de algo musical, [00:42:15;13] [00:42:16;19] quase como se fosse um som desses vidros se tocando, [00:42:22;02] [00:42:22;09] mas eles não se tocam, essa sensação [00:42:26;17] [00:42:26;25] ela só é garantida no silêncio. [00:42:30;07] [00:42:30;17] Então, ela tinha que estar no fim de uma caminhada. [00:42:33;07] [00:42:33;19] Eu creio que uma das linhas que a gente está desenvolvendo, [00:42:37;24] [00:42:38;01] toda a equipe de curadoria, [00:42:40;20] [00:42:41;00] é a tentativa de aprofundarmos algo que já foi plantado [00:42:44;26] [00:42:45;03] e que esta relação entre [00:42:47;05] [00:42:47;13] a coleção, o acervo de arte contemporânea, [00:42:50;05] [00:42:50;13] e o acervo botânico. Tentarmos entender como [00:42:53;29] [00:42:54;08] os jardins não são um mero descanso para os olhos, [00:42:58;06] [00:42:58;17] entre as galerias, eles são também um corpo significativo e significante [00:43:04;06] [00:43:04;14] com o qual podemos, a arte contemporânea, ter relações. [00:43:08;03] [00:43:08;28] ? [00:43:15;21] [00:46:45;04] Por último, eu acho que é importante pensar [00:46:47;21] [00:46:48;02] que qualquer coleção, a coleção de Inhotim também precisa ser reinventada. [00:46:54;13] [00:46:55;06] Ela precisa ter um processo de renovação contínuo. [00:47:00;04] [00:47:00;14] Então, eu penso assim: que uma obra de arte ou uma coleção vive, [00:47:05;23] [00:47:06;00] vamos dizer, de um conjunto de obras. [00:47:08;22] [00:47:09;04] Mas ela precisa com uma certa frequência ter uma nova obra entrando nesse mix [00:47:16;23] [00:47:17;05] para modificar um pouco o sentido de cada uma das outras. [00:47:22;07] [00:47:22;15] Então, não é... eu vejo isso um pouco, [00:47:26;06] [00:47:26;29] um pouco como se fosse, assim, viajar [00:47:29;22] [00:47:30;14] com um grupo de amigos e na última hora [00:47:33;19] [00:47:33;29] o quinto amigo vem junto. E a dinâmica no grupo muda um pouquinho. [00:47:38;26] [00:47:39;04] Isso acontece bastante em uma coleção. [00:47:42;18] [00:47:42;27] Eu acho que isso é muito importante para uma coleção estar viva, [00:47:46;15] [00:47:46;24] se não se torna um mausoléu ao invés de museu. [00:47:50;22] [00:47:51;02] O Bernardo conseguiu fazer tudo aquilo que ele se dispôs a fazer, [00:47:53;13] [00:47:53;21] só que ele sempre quer fazer mais. [00:47:55;28] [00:47:56;09] Então eu não sei onde é que isso vai parar. [00:48:00;10] [00:48:00;25] Mas... [00:48:02;02] [00:48:03;22] se tudo certo, o futuro do Inhotim é realmente ser um lugar [00:48:07;12] [00:48:07;21] onde as pessoas vêm e passam uma semana, um mês, [00:48:13;02] [00:48:13;10] aos pessoas querem vir morar, ficar aqui, [00:48:15;19] [00:48:16;00] viver aqui, vivendo dentro do Inhotim, esse tipo de coisa. [00:48:18;19] [00:48:18;28] Esse seria o futuro ideal, utópico. [00:48:21;03] [00:48:22;03] [Aspirador] [00:48:24;25] [00:49:20;13] [Alarme] [00:49:23;16] [00:49:43;23] [Motor] [00:49:45;23] [00:50:01;22] [Buzina] [00:50:03;21] [00:50:05;22] [Motor] [00:50:10;07] [00:50:32;20] [Silêncio] [00:50:35;27] [00:50:50;26] ? [00:50:54;02]